Uma das construções mais antigas da cidade de Manaus (AM), o Armazém XV, foi escolhida para ser sede de discussão sobre “Futuro”. O #ProntoFalei 2024, evento da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) com apoio da Apcef/AM, foi realizado neste sábado (2), na capital amazonense para empregados Caixa, que tiveram a oportunidade de ouvir e interagir com renomados convidados, de notoriedades nacional e regional.

:: A íntegra do evento pode ser acessada aqui, no canal da Fenae no YouTube. 

O diretor de Administração e Finanças da Fenae, Marcos Saraiva, abriu o bate-papo, agradeceu a presença de todos e, em especial, à diretoria da Apcef/AM, em nome de seu presidente, Paulo da Costa, o Paulinho, pelo esforço em levar o evento para o Estado. 

“É com imensa satisfação e gratidão que estamos promovendo este evento do calendário nacional da Fenae no Amazonas. A diretoria da Apecf/AM, representada pelo presidente Paulinho, se esforçou bastante para sediar a quarta edição do #ProntoFalei. Também agradeço à diretora de Políticas Sociais da Fenae, Rachel Weber, idealizadora do projeto. Tenho certeza de que o público terá a oportunidade de debater temas importantíssimos para o futuro do trabalho na Caixa, com brilhantes palestrantes”, destacou Marcão. 

O presidente da Apcef/AM, Paulinho, também agradeceu à Fenae e ao público presente. “Trazer este evento nacional, pela primeira vez, ao estado do Amazonas é uma alegria imensa. Agradeço o reconhecimento e desejo um evento produtivo, especialmente para as novas gerações de trabalhadores Caixa”, afirmou. 

Primeiro painel

O primeiro momento foi comandando por Atila Iamarino, doutor em Microbiologia pela USP e pesquisador da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, que falou sobre “Inteligência artificial e impactos das novas tecnologias”. Rhayssa Couto, jornalista e apresentadora, elencou o tema da tecnologia com “O Norte não é invisível”. Rosalba Loureiro, da Apcef/AM, também participou da primeira parte do bate-papo. 

Atila Iamarino pontuou sobre a importância do acesso e a democratização da tecnologia, e falou das condições do uso da tecnologia no Brasil. Além disso, garantiu que a Inteligência Artificial é fundamental, mas que não poderá substituir as relações e os tipos de trabalho.  

“Sabemos que a realidade da Região Norte é diferente em relação ao uso, acesso e chegadas das tecnologias. O papel de vocês, empregados Caixa, é fazer essa interface com quem não tem acesso. O papel de vocês é fundamental para falar com essas pessoas. Precisamos, sim, manter um ceticismo saudável em relação a essas tecnologias. É claro que, ao falar dos pontos negativos da Inteligência Artificial, não quero deixar aqui a impressão de que seja apenas prejudicial. Eu mesmo fiquei conhecido por meio das redes sociais, portanto, o uso da tecnologia pode ser, sim, essencial e estratégico”, enfatizou Iamarino. 

“É muito importante falar sobre a invisibilidade do Norte. Muitas pessoas ainda não têm acesso à internet, redes sociais e outras tecnologias. A tecnologia é, sim, muito importante para que nossas dores e nossas causas sejam pautadas em todo o resto do país. Precisamos pensar nessas comunidades, por isso, é fundamental que a Inteligência Artificial se faça presente nos meios de comunicação para que se dê a verdadeira voz para a nossa região”, emendou Rhayssa. 

Rosalba Loureiro, empregada Caixa e representante da Apcef/AM no painel, frisou sobre o trabalho do banco, especialmente no cumprimento de seu papel social. “A Caixa precisa, sim, estar à frente na questão da tecnologia, mas nada substitui o contato direto com a população, pois não é só um banco, mas é um meio de fomento de ações sociais”, disse. 

prontofaleidentro.JPG

Segundo painel 

A segunda parte do debate contou com a participação de Scarlett Rodrigues, mestra em Políticas Públicas e especialista em Direito Constitucional e em Direitos Humanos; We’e’ena Tikuna, artista plástica, cantora, palestrante, nutricionista, design de moda e ativista dos direitos indígenas; e da diretora de Políticas Sociais da Fenae, Rachel Weber. Scarlett falou sobre “Dilemas do trabalhador no ambiente de trabalho” e We’e’ena Tikuna debateu em torno da “Inclusão e visibilidade indígena”. 

Scarlett Rodrigues apresentou dados sobre trabalho, com foco na saúde física e mental dos trabalhadores. “Quando falamos de futuro do trabalho não podemos deixar de destacar a importância de se oferecer um trabalho decente. Que consigamos viver e não apenas sobreviver, e precisamos, ainda, repensar a lógica de trabalho, com foco na saúde mental de empregadas e empregados Caixa, quem está lá na ponta, os principais responsáveis por atender a quem mais precisa neste país”, reforçou. 

We’e’ena Tikuna falou dos desafios da inclusão de indígenas no mercado de trabalho e da visibilidade artística desses povos originários, e questionou a plateia sobre quantos indígenas trabalham na Caixa, por exemplo. “Uma pessoa só levantou a mão. Por isso, é muito importante que estejamos aqui debatendo essa questão da visibilidade e do acesso à tecnologia e ao emprego dos nossos povos. A internet para nós, indígenas, é uma arma de poder muito forte. Então, falar de inclusão é determinante para que tenhamos mais acesso à tecnologia, ao mercado de trabalho e à educação”, disse a representante indígena. 

A diretora da Fenae Rachel Weber destacou o papel social da Caixa, da importância da luta em defesa de um banco 100% público, do trabalho e de melhores condições de empregadas e empregados na instituição. 

“Eu acho muito importante trazer esse papo para cá. Quando trazemos esses temas, com especial ao futuro do trabalho e à saúde mental do trabalhador, penso que destacamos os coletivos de mulheres, de mulheres negras, indígenas. Já em termo do uso da tecnologia, essas vozes estão sendo ouvidas. Portanto, quero agradecer à Fenae por ‘comprar’ esse projeto e dar oportunidade de pessoas diversas poderem falar, serem ouvidas e fazerem parte de uma construção de um banco mais inclusivo, que pensa na em uma melhor condição de trabalho de seus empregados”, enfatizou Rachel. 

prontofaleidentro2.JPG

O público interagiu, comentou e questionou os convidados a partir de seus temas apresentados. Apresentação e mediação ficaram por conta de Oyama Filho, cantor, comunicador e produtor amazonense. 

Ao final do bate-papo, os participantes tiveram um happy hour com animação de um dos mais importantes símbolos do Amazonas, o cantor David Assayag, que também levou itens especiais da cultura de Parintins, berço da festa do boi-bumbá no país. 

Compartilhe: