Os partidos já indicaram os seus representantes na Comissão Especial que analisará a MP 905/19. Os 26 membros devem se reunir até a próxima semana para instalar os trabalhos e eleger o presidente do colegiado e o relator da MP, que recebeu 1.930 emendas. Para esclarecer sobre os pontos da medida que afetam os bancários, nesta terça-feira, 3, o presidente da Fenae, Jair Ferreira, e o presidente do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, Kleytton Morais, se reuniram com o deputado Christino Aureo (PP-RJ), que é membro titular da Comissão e está cotado para assumir a relatoria da matéria.
“Nós manifestamos a preocupação dos bancários com os pontos que prejudicam a categoria, como a mudança da jornada de trabalho e o trabalho aos sábados, e o deputado se mostrou receptivo ao diálogo e solicitou notas técnicas e as emendas que apresentamos”, afirmou Jair. Ele explicou que entre as emendas apresentadas à matéria estão oito tratando das questões que preocupam os bancários.
Ex-bancário do Banco do Brasil, Aureo afirmou que, caso seja oficializado como relator, pretende acertar com a comissão a realização de audiências e debates para ouvir todas as opiniões e visões sobre o assunto. “Não pertenço à base do governo nem faço oposição no seu sentido clássico e acredito que o papel do relator não é personalista, deve ouvir e buscar um ambiente de conhecimento para que o colegiado, e depois o plenário, possa se pronunciar em torno do que é possível ser aprovado”, afirmou ele.
Kleytton Morais ressaltou que o movimento bancário está atuando em duas frentes desde a edição da MP. “Com a Fenaban conseguimos negociar a suspensão e o respeito ao acordo coletivo e com os parlamentares conseguimos que vários apresentassem emendas suprimindo os pontos que nos prejudicam”, afirmou.
O presidente da Fenae ressaltou que os bancários também devem se engajar e contactar os parlamentares de seus estados. “As entidades vão continuar conversando aqui no Congresso, mas é preciso que cada um de nós assuma a tarefa de convencer os parlamentares para que nossos direitos sejam mantidos, alguns deles com mais de 50 anos, como é o não trabalho aos sábados”, afirmou.