No primeiro trimestre de 2017, o saldo da carteira de crédito habitacional da Caixa Econômica Federa totalizou R$ 412,9 bilhões, dos quais R$ 211,3 bilhões com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), R$ 200,8 bilhões do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e R$ 700 milhões com outras fontes. O banco permanece na liderança desse mercado, com 67,5% de participação no final de março. Apenas no ano passado, foram contratados R$ 81,8 bilhões, sendo R$ 62,9 bilhões com verbas do FGTS.
Apesar da importância nesse setor, o governo de Michel Temer tem tomado decisões que visam enfraquecer a atuação da Caixa. Segundo notícias divulgadas na semana passada, o banco vai reduzir de 90% para 80% o percentual que poderá ser financiado na compra de um imóvel novo. No caso dos imóveis usados, também haverá diminuição. A regra valerá para quem optar pela tabela SAC, que reduz o valor das prestações ao longo dos anos, a mais procurada pelos interessados nos empréstimos.
“Um dos motivos é a decisão do governo de não aportar recursos na Caixa, medida que prejudica a população, os empregados e a própria empresa. A capitalização do banco não significa que o banco está quebrado, mas esse debate precisa ser feito com urgência”, diz o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira. Ele acrescenta: “Ao decidir pela não capitalização, o governo pressiona a Caixa a buscar alternativas com corte no crédito, ampliação de tarifas e redução de despesas com pessoal. Nesse último quesito, temos planos de demissão e tentativas de mexer nos nossos direitos, como no plano de saúde”.
Enfraquecimento da Caixa
O vice-presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, também alerta para a necessidade de luta contra o enfraquecimento da Caixa. “O que está em curso é um projeto para reduzir a atuação do banco, sobretudo com o fatiamento de áreas como loterias, habitação e cartões. Em relação à Lotex, responsável pela popular ‘raspadinha’, o governo deseja entregar para a iniciativa privada ainda este ano. Essa poderá ser apenas uma porta para outras privatizações. Não podemos arredar pé dessa luta”, afirma.
Fonte: Fenae.