O Jornal Correio Brasiliense publicou, nesta quarta-feira (23), em primeira mão, pesquisa da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), em que revela que 41% dos empregados ativos da estatal que participaram do estudo afirmam ter perdido colega de trabalho vítima da Covid-19. A pesquisa sobre a saúde dos trabalhadores do banco foi divulgada neste mesmo dia (23/3), no Dia Distrital de Luto e Memória pelas Vítimas do Novo Coronavírus. A data foi escolhida em memória da primeira morte no DF pela doença, em 2020.  

De acordo com o estudo, realizado entre os últimos dias 19 de novembro e 10 de dezembro, dos 1.704 bancários da ativa que responderam à pergunta sobre falecimento de conhecidos, colegas de trabalho ou familiares vítimas da Covid-19, 71% também vivenciaram a perda de amigos e 24%, de pessoas da família. Além disso, entre os trabalhadores ativos participantes da pesquisa, 36% tiveram Covid. No total, foram 609 contaminações. Destes, 15% disseram não ter se afastado do trabalho quando estavam doentes. 

A publicação também ressalta o Dossiê Covid realizado em 2021 pelas universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp) e Federal do Pará (UFPA), com a participação de bancários da Caixa, onde foi constatado que o distanciamento não era respeitado em 85% de agências da estatal e “sempre ou quase sempre” faltava ventilação adequada em aproximadamente 80% das unidades do banco. 

“Os dados apresentados são muito sérios, pois refletem que a direção da Caixa está descuidando da saúde dos seus empregados, que atuaram na linha de frente do atendimento nas agências durante todo o período mais crítico da pandemia”, avaliou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. Segundo ele, tanto a atual pesquisa da Fenae quanto o Dossiê Covid comprovam que grande parte dos trabalhadores da Caixa se expôs à doença ou foi infectada em virtude da atuação profissional. “Com tais informações, a Federação buscará ações concretas junto ao banco para melhorar as condições de trabalho e proteger a saúde dos empregados”, disse Takemoto ao jornal. 

Também em resposta ao jornal, a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, pontuou que os resultados demonstram que o luto está muito presente na Caixa. “E os empregados não recebem nenhum suporte da direção do banco para ajudar a superarem estas perdas, que são de colegas de trabalho também. É um luto permanente. Muito triste”.  

 

 

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