Quarta-feira, 29 de maio. Esta é a data na qual a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) completa 53 anos de unidade, organização, conquistas e desafios, sob o protagonismo das Associações do Pessoal da Caixa (Apcefs) afiliadas. Sua criação em 1971, logo depois do histórico movimento de unificação de todas as Caixas Econômicas Estaduais até então existentes como autarquias, foi decisiva para que o pessoal do banco público passasse a contar com um canal mais representativo para escoar as muitas demandas, a começar pela luta da reclassificação das tabelas salariais, conquistada em 1974. A Caixa Econômica Federal surgiu em 12 de agosto de 1969, com patrimônio próprio e autonomia administrativa.

São mais de cinco décadas de ações de resistência contra o retrocesso e por nenhum direito a menos. “Vai-se mais de meio século de muita afirmação e de muito trabalho coletivo. Sempre prevaleceu a luta por uma Caixa 100% pública a serviço do Brasil e de sua população, articulada com a mobilização em defesa dos direitos dos empregados”, pontua o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. Ele lembra que a entidade nasceu para fortalecer a ética, a democracia, a cidadania, a solidariedade e a ação coletiva, com base no princípio do associativismo.

Sergio Takemoto observa que a Fenae alia a defesa do banco e de seus trabalhadores com a atuação cotidiana focada na categoria bancária e suas famílias, por meio do esporte, da cultura, do lazer, das atividades políticas e sociais e da oferta de benefícios exclusivos, combinadas com ações de respeito ao meio ambiente e desenvolvimento humano. “Buscamos, assim, uma aproximação maior com os empregados das cinco regiões do país, ouvindo e atuando em sintonia com uma pluralidade de demandas”, reitera.

Ao longo de mais de cinco décadas, a Fenae coleciona histórias, lutas e conquistas e se destaca pela contribuição política, cultural e pela diversidade reunida em um só movimento. “A Fenae é uma entidade cheia de propósitos, lutas e com linguagem própria. Os protagonistas são os empregados da Caixa. E a atualização do jeito Fenae de mudar o Brasil, para reafirmar a coisa pública, continuará a ser feita, ano após ano, pelas mobilizações dos trabalhadores do banco”, afirma Marcos Saraiva, diretor de Administração e Finanças da Fenae. 

Segundo ele, no decorrer de 53 anos, a Fenae teve uma importância significativa para o crescimento da Caixa e para a garantia de direitos dos empregados do banco. “Junto com o movimento associativo, a Fenae traz cultura, esporte e lazer para os empregados da ativa e aposentados. É uma Federação que faz a diferença para o pessoal do banco público”, aponta.

Movimento organizado

Desde sua origem, a Fenae atua para integrar os empregados da Caixa por meio de eventos políticos, sociais, culturais e esportivos realizados Brasil afora, ficando cada vez mais nítido que o bem-estar dos associados passa pelo fortalecimento das Apcefs. Essa atuação se traduz em jogos nacionais, Rede do Conhecimento (plataforma de educação), Inspira (evento de troca de experiências profissionais e pessoais), Movimento Solidário (programa de responsabilidade social), Talentos Fenae/Apcef (concurso cultural), Eu Faço Cultura (programa de democratização de acesso à cultura), #Pronto Falei (evento idealizado para a juventude) e no apoio à programação organizada pelas entidades do movimento associativo, como Dia do Saci, Jogos Regionais, festejos de São João, Colônias de Férias e Corrida Fenae do Pessoal da Caixa, culminando no planejamento e execução de projetos voltados para cada associação afiliada.    

Outro destaque é a parceria com diversas outras entidades representativas, a exemplo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT). A parceria com essas entidades reforça a democracia, a cidadania e a ação em favor do banco público, sólido e sustentável. O propósito é o de sempre: a articulação entre desenvolvimento, emprego, distribuição de renda e inclusão social. 

Ainda no período de mais de cinco décadas, a Fenae se juntou também aos movimentos populares para salvaguardar moradia popular digna, saneamento, mobilidade urbana e outros direitos básicos das famílias de baixa renda, por defender a Caixa como agente operador de políticas públicas para fomentar o direito à cidade. 

Uma das prioridades tem sido a atuação contra o desmonte da Caixa pública e social. Destaca-se ainda o trabalho da Fenae junto ao Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e em parceria com diversos movimentos, além de campanhas nacionais que buscam conscientizar a sociedade sobre a importância do banco público para o país e para a sociedade. Foram respaldadas ainda iniciativas da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, com base no conceito de que os recursos públicos são imprescindíveis para o Estado impulsionar ações em prol do bem-estar social. 

A responsabilidade social é o jeito Fenae de reafirmar a cidadania, com o objetivo de fomentar a melhoria da qualidade de vida de comunidades em situação de vulnerabilidade. Foi com base nesse princípio que o Movimento Solidário desenvolveu, entre 2005 e 2021, ações em Caraúbas do Piauí, Belágua, no Maranhão, e Lar das Crianças Nossa Senhora das Graças, em Petrópolis (RJ). 

Agora, em parceria da Fenae e das Apcefs com a ONG Moradia e Cidadania, estão sendo executados projetos alinhados com as diretrizes estabelecidas pela ONU. Essas práticas visam alcançar metas de desenvolvimento sustentável, como fome zero e agricultura sustentável, educação de qualidade, trabalho decente e crescimento econômico, consumo e produção responsáveis, proteção da vida terrestre e fim das desigualdades.

A defesa da democratização da Fundação dos Economiários Federais (Funcef) é outro capítulo importante da história da Fenae, além do Saúde Caixa como plano de autogestão por RH sustentável e financeiramente viável para todos.       

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