Gerentes Gerais de Rede (GGRs) poderão trabalhar em home office apenas dois dias por mês. É o que diz o comunicado enviado pela Caixa aos empregados no último dia 23 de setembro. Na prática, a limitação imposta pelo banco tira a possibilidade dos GGRs de participarem do rodízio do home office. Em mesa de negociação, durante a Campanha Salarial de 2020, o banco confirmou a manutenção do rodízio semanal, no qual os empregados ficam uma semana no trabalho remoto e uma semana no presencial, com exceção dos grupos de risco (ficam em home office indefinidamente) e de quem aderiu ao “Quero Atender” (portanto, abrindo mão de ficar em home office).
De acordo com o membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e diretor da Apcef/SP, Leonardo Quadros, se o Gerente Geral pode ficar no máximo dois dias por mês no home office, ele não terá condições de fazer o rodízio, o que compromete sua própria saúde. “A pandemia não acabou, e as pessoas precisam preservar a saúde, por isso o rodízio deve continuar. Na prática, com a limitação anunciada pelo presidente da Caixa, é tirada do gerente geral essa possibilidade de participar do rodízio e ficar mais tempo em home office. Sempre defendemos que o GG deve participar do rodízio, porque ele é empregado como todos os outros. Não é razoável que só por conta da função que ele ocupa, ele não possa participar do rodízio como os demais”, destacou Leonardo.
A notícia da limitação do home office para os GGRs veio no mesmo dia do anúncio dos 10 dias de compensação para os gerentes que trabalharam aos sábados durante a abertura das agências para o pagamento do auxílio emergencial. Pedro Guimarães fez o anúncio como um reconhecimento pelo esforço dos empregados, mas a compensação e um direito dos trabalhadores.
A compensação também foi uma cobrança da CEE/Caixa em mesa de negociação e o pedido foi para todos os empregados, inclusive superintendentes executivos de varejo, gerentes nacionais, gerentes de centralizadoras e outros que merecem ter direito à compensação.
A coordenadora da Comissão e secretária de cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Fabiana Uehara Proscholdt, ressaltou que a CEE continua reivindicando o fim do trabalho aos sábados. “O que reivindicamos é o fim do trabalho aos sábados uma vez que a jornada para todos que estão na rede é extensa e extremamente estafante. Além disso, existe uma outra necessidade urgente que é dar melhores condições de trabalho para todos os empregados que estão no atendimento diário. O cansaço é de todos”, ressaltou.
Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, o home office tem sido essencial para a proteger não apenas a saúde do trabalhador, mas da população. Ainda segundo Takemoto, a compensação é um direito dos empregados que estão fazendo um grande trabalho na linha de frente dos pagamentos do auxílio emergencial. “Os empregados da Caixa estão extremamente cansados e sobrecarregados. A jornada está extenuante. A compensação é o direito desses trabalhadores”, afirmou Takemoto.