Fenae, Apcefs, centrais sindicais, sindicatos de bancários e outras entidades representativas dos empregados da Caixa Econômica iniciam nesta semana mais uma importante ação da campanha “Contencioso: essa dívida é da Caixa”. Trata-se de um abaixo-assinado, com versões física e eletrônica, que vai coletar apoio em todo o país até 29 de setembro. O objetivo é forçar a direção do banco a solucionar o passivo trabalhista, que é o maior fator de deficit da Funcef.
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Acesse o abaixo-assinado eletrônico no Avaaz.
“Não podemos mais aceitar que a Caixa, com a conivência da Funcef, empurre esse problema, pois os participantes é que estão pagando a conta”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira. Fabiana Matheus, diretora de Saúde e Previdência da Federação, convoca: “é fundamental que os colegas da Caixa, da ativa e aposentados, engrossem esse abaixo-assinado, que estará disponibilizado pelas entidades que estão conosco nessa campanha”.
A orientação é para que o empregado da Caixa assine apenas uma das versões do abaixo-assinado, a física ou a eletrônica, a fim de evitar duplicidade. As listas impressas devem ser encaminhadas para a Fenae (SRTVS Quadra 701, Centro Empresarial Assis Chateaubriand, Loja 126, Térreo II, Conj. L, Lote 38, Bloco II, Asa Sul, Brasília / DF – CEP 70340-906). Também podem ser escaneadas e enviadas para o e-mail contencioso@fenae.org.br.
Após a coleta das assinaturas, um documento deverá ser encaminhado aos presidentes da Caixa, Gilberto Occhi, e da Funcef, Carlos Antônio Vieira, além de outras autoridades.
Números do contencioso
O Balanço Anual de 2016, publicado pela Funcef no dia 4 de agosto, trouxe a confirmação de que além dos R$ 2,4 bilhões já provisionados para o contencioso, um valor ainda maior, que também se refere ao passivo trabalhista da Caixa, mas que não é contabilizado, virá à tona em breve e seu impacto tende a ser de grandes proporções.
Confira também o relatório do contencioso.
As ações trabalhistas classificadas pelo jurídico da Funcef como de perda possível – que têm probabilidade de execução avaliada em 50% e não precisam ser contabilizadas – subiram de R$ 7,6 bilhões em dezembro de 2015 para R$ 8,2 bilhões em novembro de 2016 e, subitamente, para R$ 12,7 bilhões no fechamento do balanço anual, crescimento de 67% em relação ao ano anterior. Se metade dessas causas terminar em condenação, mais R$ 6,35 bilhões desaguarão no deficit dos planos da Funcef forçando um provisionamento que será superior a R$ 8,7 bilhões.
Além disso, o aumento do contencioso de perda provável percebido no último ano é o maior dos últimos tempos. Para se ter ideia, de 2011 para 2012, a estimativa de perda provável subiu 20,6%, de R$ 5,8 bilhões para R$ 7 bilhões. Nos três anos seguintes, houve decréscimo de 8,5%, leve alta de 3,1% e outra alta de 1,5%, chegando aos R$ 7,6 bilhões registrados em 2015. O aumento superior a 2/3 percebido no último ano foge a qualquer antecedente percebido na série histórica.
“O aumento é assustador e não tem explicação. Ou esses valores já estavam lá e eram subnotificados ou reclassificaram o passivo para não contabilizar como deficit. Estamos diante do maior fator de deficit dos planos de benefícios e não se tem clareza sobre o que está acontecendo. A Caixa precisa pagar a dívida que gerou, e a Funcef cobrar a patrocinadora”, diz Fabiana Matheus.
Fonte: Fenae.