Ao discursar para os representantes das entidades do movimento de moradia popular durante o ato em frente à Caixa, o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, pontuou alguns aspectos como democracia, cidadania e carências de moradia para as pessoas de baixa renda.  
 
“A luta de vocês é uma luta nossa. Estamos juntos com todos vocês e com os brasileiros, que também lutam por saúde e educação”. Em relação ao panorama atual da política excludente e representatividade, Takemoto falou de democracia: “Faz mais de dois séculos que lutamos por igualdade em nosso país e esse projeto que vocês apresentam, que é a democracia, pressupõe igualdade, direitos iguais e diversidade. Por isso, estamos lutando por moradia e pela igualdade”, disse.  
 
O presidente da Fenae criticou o atual governo por privilegiar o acesso à moradia para determinadas classes em detrimento da população de baixa renda. “Todos merecem ter direito à moradia, inclusive os profissionais da segurança pública, mas o governo não pode excluir outros tantos brasileiros que também precisam ter onde morar”, disse.  

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João Firmino dos Santos, morador de uma ocupação no Rio de Janeiro, que esteve no ato em frente à Caixa, é um dos brasileiros que sente na pele a falta de uma política habitacional que atenda a população sem teto. Ele diz que os projetos estão paralisados, que a Caixa não está fazendo casas para essa parcela da população. “Sou da União de Moradia Popular do Rio de Janeiro, eu e outras 28 famílias moramos em um hotel abandonado, já tem cerca de 6 anos. A área atende e temos projetos para melhorar a área de habitação, mas o governo não conversa mais com a gente para colocarmos em prática as ações de melhoria. Hoje viemos para pedir mais atenção e que tenhamos habitação com dignidade”, diz Firmino.  
 
Valdelene Lima, central de Movimentos Populares/PE, conta que o movimento que veio à Brasília contou com a presença de mais de 150 lideranças. “A gente pede respeito e que a habitação seja tratada com a devida responsabilidade. Esse ato é importante para mostrar que o programa Casa Verde Amarela é excludente, pois quem ganha até três salários mínimos está fora do novo programa habitacional, além de ser um governo que elimina a participação popular”.  

 

Fenae abraça a causa do movimento por moradia no país em ato em frente a matriz da Caixa 

A diretoria da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal) se fez presente no ato público em frente ao prédio matriz da Caixa Econômica Federal, na tarde desta terça-feira, para denunciar o enfraquecimento das políticas habitacionais voltada para a população de baixa renda, juntamente com entidades que representam o movimento por moradia no país. 

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Nessas ações de protesto da Jornada dos Movimentos Populares Urbanos, seguida por entidades de diversos estados do Fórum Nacional da Reforma Urbana, BR Cidades e outros parceiros, a Fenae denuncia que o desmonte da Caixa pode agravar ainda mais o acesso das pessoas de baixa renda às políticas habitacionais. A Fenae destaca a cobrança de juros maiores pelo Casa Verde e Amarela e os custos crescentes da construção civil. Somam-se a isso, a falta de recursos e de investimento nos programas habitacionais, que deixam de gerar empregos e renda. Tudo isso impacta, deixando quem mais precisa sem perspectivas de moradia própria.  

O diretor de Formação da Fenae, Jair Pedro Ferreira, esclarece que por orientação do governo a Caixa vem diminuindo o seu papel que sempre foi o de financiar casas ao longo de sua história, principalmente para a população mais pobre. “Estamos aqui com o movimento de moradia para que a Caixa volte a financiar para a baixa renda; para quem tem menores salários. Somos contrários a essa atual política, pois ela tira a importância da Caixa para a sociedade brasileira, em seu papel das políticas públicas de modo que o Estado possa atender a população”, diz Jair ao lembrar do apoio da Fenae aos grupos que estão em Brasília para protestar e dos empregados da Caixa, por meio do Sindicato dos Bancários de Brasília, em busca do mesmo objetivo. 

O diretor da Fenae região Centro-Oeste, José Herculano, criticou a atual política do governo, que exclui os mais pobres: “Nessa data que fazemos alusão ao Dia da Habitação não temos muito o que comemorar, pois sabemos que esse governo não tem uma política habitacional voltada para os mais pobres. É uma política entreguista. Por isso a importância de apoio para os movimentos sociais e é por isso que a Fenae se junta às representações que, hoje, estão aqui exigindo moradia digna. É por isso também que a Fenae quer uma Caixa 100% pública, pois é através desse banco que os brasileiros podem realizar seus sonhos, como exemplo ter a casa própria”. 

Diversas representações populares de moradia do país presentes no ato pediram para falar, ocasião em que trataram dos problemas e da falta de política habitacional que venha a atender a população das regiões urbanas. 

Na programação das entidades ao Dia Nacional dos Sem-teto e do Dia Mundial do Habitat, as ações desta terça-feira foram pautadas na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados para discutir a produção de moradia por autogestão. A sugestão foi apresentada à comissão pela União Nacional por Moradia Popular a parlamentares.  

A deputada federal Érika Kokay também esteve em frente à matriz da Caixa para prestar o seu apoio aos representantes das entidades e destacar as ações que vem realizando no Legislativo.

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