O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, voltou a cobrar punição rigorosa para as pessoas denunciadas por prática de assédio moral e sexual na Caixa. Nesta quinta (30), a imprensa divulgou que a Justiça Federal acatou denúncia ajuizada em Brasília pelo Ministério Público Federal. Com a decisão, o ex-presidente do banco público, Pedro Guimarães, virou réu no processo que apura casos de assédio contra empregadas da empresa.
“A decisão da justiça é fundamental para punir os envolvidos em casos de assédio na Caixa. Precisamos criminalizar essa prática que, lamentavelmente, tornou-se um modelo de gestão no banco durante o governo do ex-presidente Bolsonaro e da administração de Pedro Guimarães”, reforçou Takemoto.
Segundo ele, era preocupante o aumento das pressões nos trabalhadores e as denúncias de assédio moral na empresa. “O assédio se dava em todos os níveis, não só nos locais de trabalho, mas também na alta administração da empresa, refletindo no clima e nas condições de saúde dos trabalhadores da Caixa”, acrescentou o presidente da Fenae.
As denúncias de assédio na estatal vieram a público em 28 de junho de 2022, quando empregadas do banco público decidiram romper o silêncio e denunciar o que estavam passando.
Junto com outras entidades representativas dos trabalhadores, a Fenae passou a atuar fortemente na defesa da apuração rigorosa do caso e a saída imediata de Guimarães, fato que aconteceu no dia seguinte às publicações. À época, a Fenae se solidarizou e prestou apoio incondicional às vítimas.
Há tempos a Fenae alertava sobre a gestão pelo medo da direção da Caixa no governo Bolsonaro. As queixas de assédio moral estavam relacionadas a cobranças de metas desumanas e jornadas de trabalho extenuantes. Durante a pandemia, os casos pioraram e o banco público foi denunciado pelo Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT), em 2021.
Pesquisa encomendada pela Fenae, em 2021, sobre o assédio moral no banco apontou que de cada 10 empregados, seis sofreram assédio. 77% já presenciaram a prática do crime no ambiente de trabalho. Mais de 90% já sentiram pressão ou ansiedade no âmbito da Caixa e 42% relataram problemas de saúde relacionados ao desempenho das atividades na empresa.