A Fundação dos Economiários da Caixa Econômica Federal (Funcef) completou 44 anos no último domingo, 1º de agosto. Este fundo de pensão robusto, o terceiro maior do país, foi construído pelos mais de 130 mil participantes com muita luta e mobilização. 

As dificuldades e desafios para manter o fundo sólido, capaz de manter o compromisso de administrar os recursos e garantir uma aposentadoria tranquila aos ex-empregados da Caixa, são inúmeros. A atual conjuntura política de privatizações tenta, a todo custo, retirar a representação dos participantes das instâncias de poder da Funcef, enfraquecendo a gestão participativa dos verdadeiros donos de mais de R$ 80 bilhões de patrimônio. 

Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, impedir a aprovação da alteração do Estatuto, violado pela atual direção do Fundo, é uma das medidas mais urgentes. “Mais uma vez a união dos participantes e a mobilização das entidades são fundamentais para impedir esse verdadeiro assalto ao direito do participante de ter sua representação no Fundo. Há muito a ser feito e a Fenae continua empenhada em garantir os direitos e avançar nas conquistas”, afirma Takemoto.   

A alteração no Estatuto, aprovado pelo conselho deliberativo com o voto de qualidade, fere as regras da própria norma da Fundação. Takemoto citou exemplos de outros problemas a serem resolvidos pela direção da Fundação – a revisão do equacionamento, a incorporação do REB ao Novo Plano, o restabelecimento da paridade do Reg/Replan Não Saldado e a cobrança do contencioso. 

Fabiana Matheus, diretora de Saúde e Previdência da Fenae, aponta outra ação da Funcef que feriu frontalmente a representação dos participantes nas instâncias de governança da Funcef. Em maio deste ano, a Caixa, por meio dos seus representantes indicados no Conselho Deliberativo, cassou de forma arbitrária o mandato de um representante dos participantes no Conselho Deliberativo e de outro no Conselho Fiscal. A paridade será restabelecida somente após a posse, prevista para agosto, dos conselheiros escolhidos na eleição da Funcef que ocorreu em julho. 

“Devemos ficar atentos para que acontecimentos como este não se repitam. Precisamos lutar por nossos espaços de representação para continuarmos caminhando e intervindo na gestão desse patrimônio que é de todos nós”, alertou Fabiana Matheus. 

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