No dia 24 de agosto, a Folha de S. Paulo, por meio de editorial, manifestou apoio à privatização da Caixa Econômica Federal e de outras estatais com papel estratégico para o país, como a Petrobras e o Banco do Brasil. Contudo, a defesa da empresa de comunicação ignora o papel social crucial desempenhado pelas estatais em nosso país.

A privatização da Caixa levanta questões significativas sobre a continuidade de sua atuação em áreas sociais essenciais. Perguntamos: se o banco fosse privatizado, ainda veríamos o mesmo comprometimento com o FGTS, o Bolsa Família, o Auxílio Emergencial, o financiamento de imóveis, oq apoio à educação, segurança pública, seguridade e ao esporte?

A Caixa Econômica Federal, ao longo dos anos, demonstrou em inúmeras ocasiões a importância de o Estado brasileiro possuir instrumentos para execução de políticas públicas e, como tal, desempenha um papel vital no suporte aos brasileiros mais vulneráveis, administrando o FGTS, realizando pagamentos do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial, entre outros serviços que lhe são delegados. Ao contrário dos bancos privados, que priorizam o lucro imediato, a Caixa está comprometida com o financiamento habitacional, crédito agrícola e diversas políticas públicas que visam reduzir as desigualdades sociais e regionais.

Desde 2020, a atuação da Caixa Econômica Federal a posiciona como o maior banco com impacto social do mundo. Naquele ano, em meio à pandemia de Covid-19, a Caixa facilitou que 68,2 milhões de brasileiros recebessem R$ 297,4 bilhões repassados pelo governo federal, em um momento de extrema vulnerabilidade econômica e social.

Os números recentes reiteram seu compromisso social: apenas no primeiro semestre de 2024, a Caixa financiou 406,4 mil imóveis, beneficiando 1,6 milhão de pessoas e gerando mais de 803,9 mil empregos diretos e indiretos. As loterias da Caixa arrecadaram R$ 12,3 bilhões nos primeiros seis meses do ano, com R$ 4,8 bilhões destinados a áreas sociais como seguridade, esporte e educação.

Todo este trabalho tem sido realizado com muita eficiência: em 2023, as estatais brasileiras registraram lucros de R$ 197 bilhões, dos quais R$ 49 bilhões foram repassados à União como dividendos e participações. A Caixa, juntamente com Petrobras e Banco do Brasil, foi responsável por R$ 170 bilhões desse lucro.

Os bancos privados, com seu foco em distribuir dividendos a seus acionistas, não têm espaço para o trabalho social essencial que essas empresas realizam em nosso país. Privatizar as estatais brasileiras seria entregar o patrimônio do povo nas mãos de entidades que priorizam o ganho próprio em detrimento do interesse coletivo.

Defendemos que essas empresas permaneçam fortes e que seu trabalho em prol do povo brasileiro seja fortalecido, não comprometido.

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