No dia em que as negociações em decorrência da pandemia do coronavírus (Covid-19) completam cinquenta dias em busca de preservar a vida dos bancários, o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) voltaram a se reunir, por videoconferência, na última terça-feira (28). O tema foi a garantia da manutenção da mesa de negociação permanente.

Os representantes dos bancários cobraram o compromisso dos bancos de não adotar as medidas provisórias 927 – que flexibiliza as leis trabalhistas durante a pandemia do novo coronavírus – e a 936 – que trata do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda – sem negociação prévia com o movimento sindical. Os bancos aceitaram que para qualquer modificação do que está sendo feito agora, será convocada uma nova mesa de negociação.

Com isso, os trabalhadores que estão em casa e não estão no rodízio ou no teletrabalho, pois suas funções não permitem, ou estão no grupo de risco, só terão alterações neste cenário, depois de negociação. Do mesmo modo, medidas como férias e bancos de horas, também devem ser feitas na mesa geral de negociação.

O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira, lembrou que as reivindicações das entidades têm sido fundamentais para a segurança dos trabalhadores e da população.  Para ele, a mesa de negociação deve ser respeitada.

“Um dos papéis das entidades é levar para a mesa de negociação as reivindicações dos trabalhadores. O que a direção da Caixa precisa agora é respeitar os empregados, que estão trabalhando arduamente para cumprir a missão social da Caixa. A Caixa precisa garantir a proteção para os trabalhadores e da população contra o contágio do coronavírus”, afirmou.

Outras reivindicações – A Fenaban informou que a maioria das localidades já receberam os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). As que não receberam foi por conta de problemas de logísticas que estão sendo solucionados.

Quanto à organização de filas, a Fenaban informou que os bancos estão estudando uma forma de atuação nas agências que sofrem com a aglomeração nas portas. De acordo com os bancos, o problema de falta de informação continua sendo o maior problema.

O Comando reivindicou ainda que seja disponibilizado testes para os trabalhadores em caso de suspeita, seja reembolsando ou providenciando laboratórios e clínicas que possam disponibilizar.

Os representantes dos bancários também voltaram a cobrar a ultratividade dos direitos garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, que vence em ‪31 de agosto de 2020. A ideia é que os direitos da categoria sejam mantidos até que haja a assinatura de uma nova CCT, dada a necessidade de suspensão das conferências regionais, estaduais e nacional, além dos congressos e encontros específicos dos trabalhadores de cada banco, para evitar aglomerações e a propagação da doença.

Por fim, o Comando cobrou e Fenaban concordou em manter as medidas negociadas e que não haverá retorno sem passar pela mesa de negociação.

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