Se venda ocorrer, bilhões de reais deixarão de ser investidos no desenvolvimento do País
O governo vai fazer um leilão para vender a “raspadinha”, a loteria instantânea – Lotex. A equipe econômica do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ganhou a disputa com a direção da Caixa, que queria controlar a empresa para depois privatizá-la. Até o mês passado, de acordo com a Folha de S.Paulo, que divulgou a notícia, a estimativa era a de que a concessão da Lotex poderia arrecadar R$ 4 bilhões, valor agora revisto para R$ 2 bilhões.
Desde 1970, a Caixa administra e executa o serviço de loterias federais no Brasil, sob a supervisão do Ministério da Fazenda. No ano passado, segundo o Relatório de Sustentabilidade Caixa 2016, a arrecadação foi de R$ 12,8 bilhões. Desse valor, cerca de R$ 6 bilhões foram transferidos a programas sociais e financiamento de projetos nas áreas culturais, esportivas, educação e seguridade social e saúde, entre outras. Entre 2011 e 2016 as loterias arrecadaram R$ 60 bilhões, dos quais R$ 27 bilhões foram revertidos para canais da sociedade brasileira.
“O dinheiro desses recursos não voltará para o povo brasileiro quando passar às mãos dos investidores privados. É mais um desfalque na estrutura da Caixa como banco que tem um papel social a cumprir e mais um ataque aos direitos dos brasileiros”, aponta a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrano, que também representa os empregados no Conselho de Administração da Caixa.
A luta contra o desmonte e privatização de empresas e serviços públicos norteia as ações do Comitê, integrado por representantes de centenas de categorias de trabalhadores no País. Os ataques do governo atingem empresas de variados segmentos – energético, transporte, financeiro, entre muitos outros – e serviços essenciais, como saúde, educação, moradia. Um grande ato contra essas iniciativas está previsto para ocorrer em outubro, no Rio de Janeiro.
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Fonte: Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas