O mandato de Rita Serrano realizou recentemente uma pesquisa com as empregadas e empregados da CAIXA sobre o sentimento de trabalhar no banco. As respostas foram coletadas em diversas plataformas, ao menos 550 pessoas de todo Brasil participaram. Medo, desânimo, ansiedade, exaustão e preocupação com o futuro do país e da Caixa foram os termos mais utilizados pelos colegas para descrever como é trabalhar na Empresa. Os números refletem o modelo de gestão adotado pelo banco público que tem priorizado a desumanização nas relações de trabalho.
O resultado da última pesquisa “Nossa Voz, Sua Voz” – Um estudo encomendado pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) aponta que seis em cada dez empregados da Caixa Econômica Federal já sofreram assédio moral no ambiente de trabalho, estes dados corroboram o resultado da pesquisa realizada pelo mandato. A Fenae ouviu mais de 3 mil empregados entre 19 de novembro e 10 de dezembro de 2021. A pesquisa também revelou uma piora nas condições de trabalho desde 2018, época do último estudo, quando 53% dos bancários afirmaram ter sido vítima de assédio moral no trabalho. O registro é de aumento de 33% para 40% em problemas de saúde nas unidades do banco, entre 2018 e 2021.
A teoria não é empírica e tem nome: assédio institucional. A prática é caracterizada pelo conjunto de atos empregados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) que tem como objetivo desmontar o serviço público. É diferente do assédio moral no ambiente de trabalho, já que não tem um servidor como alvo específico, mas o conjunto. O Sindicato Nacional dos Servidores do IPEA (AFIPEA) publicou recentemente o livro “Assédio Institucional no Brasil: Avanço do Autoritarismo e Desconstrução do Estado”, com 20 artigos de 51 pesquisadores de diversas instituições e universidades que a partir de 211 denúncias, reportagens de jornais e redes sociais demonstram que os ataques não são isolados e que representam um método para fazer avançar o autoritarismo e a desconstrução do Estado.
Para Rita Serrano, o resultado da pesquisa é um retrato da realidade que assusta a maioria dos trabalhadores, mas a conselheira defende que há solução. “Estamos em um momento delicado e decisivo, mas é possível virar o jogo. Com organização vamos alterar a realidade atual”.