O início dos trabalhos do 37º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef)- Em defesa da Caixa e de seus empregados. Por um Brasil Melhor, neste sábado (7), foi marcado por muita emoção, com homenagem ao ex-presidente da Fenae e aposentado da Caixa, Pedro Eugênio Beneduzzi Leite, que faleceu em março e a todos os empregados do banco público vítimas da Covid-19. 

“Nós já acordamos dar o nome do Pedro Eugenio Leite a esse Congresso. O colega que tem uma história de luta no movimento dos empregados da Caixa. O Datagenio faz muita falta”, destacou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uheara. 

 A aposentada da Caixa e esposa de Pedro Eugenio, Isabel Gomes, agradeceu a homenagem. “Lamento que o Pedro não esteja entre nós. O mais importante é destacar o amor fraterno que ele nutria pelos colegas. Sua vida foi dedicada em grande parte a causa da categoria bancária”, enfatizou. 

Durante a homenagem, foram exibidos dois vídeos, o primeiro destacando a trajetória de Pedro Eugenio e o outro chamando atenção para os trabalhadores da Caixa mortos pela pandemia da Covid-19.  

A coordenadora da CEE lembrou que mais de 100 empregados ativos faleceram em virtude das complicações causadas pelo vírus. “Ao invés de proteger os empregados a direção do banco e o governo genocida de Bolsonaro, os expõem cada vez mais a riscos. Nossa luta tem que ser organizada, por melhores condições de trabalho, mais direitos, democracia e uma sociedade mais igual”, reforçou Fabiana Uehara. 

Painel – Foi justamente o direito a vida e a democracia que norteou o primeiro painel do 37º Conecef. A reflexão sobre o tema contou com a participação dos apresentadores Helder Maldonado e Marco Bezzi dos “Galãs Feios”. 

Com pitadas de ironia e humor, a dupla apontou fatos que vem ocorrendo no Brasil desde 2016, levando o país a uma crise econômica e política sem precedentes, ao desmonte das empresas públicas e ao aumento avassalador do desemprego e da miséria. 

Desde então, a classe trabalhadora foi atacada com a reforma trabalhista e da previdência, teve seus salários desvalorizados e direitos retirados. “O Conecef é um evento importante e estratégico para discutir causas e consequências desse quadro e como revertê-lo. Os funcionários públicos e os e bancários estão entre as classes mais atacadas nos últimos anos e os banqueiros estão entre os que mais lucram”, enfatizaram. 

Os “Galãs Feios” chamaram atenção para o “festival de coincidências” que marcam o cenário atual. “Se o presidente da Caixa, Pedro Guimarães tem recursos para contratar o locutor de rodeios Cuiabano Lima – que é amigo pessoal de Bolsonaro- porque não sobraria recursos para contratações de pessoal”, questionaram. 

Os apresentadores Helder Maldonado e Marco Bezzi também falaram sobre a ofensiva do governo para privatizar as empresas públicas, alegando que elas não são lucrativas.  

“Bolsonaro fez a promessa que no seu governo o gás de cozinha não custaria mais que 35,00, e o que estamos vendo é as pessoas voltando a cozinhar a lenha. Isso também é fruto das privatizações, com a venda da Liquigás no final de 2019”.  

Os “Galãs feios” lembram a política de preços de combustíveis, que em muitos lugares do país já ultrapassaram o valor de R$ 6,00 o litro da gasolina, faz parte da estratégia do governo de queimar a imagem da Petrobrás, para justificar sua privatização.  O mesmo vem ocorrendo com os bancos públicos que passam por um processo de sucateamento sem levar em conta sua importância para o desenvolvimento econômico e social do país.