A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) alertou que a Caixa está sendo vítima de uma profunda fraude quando o presidente do banco, Pedro Guimarães, e o presidente Jair Bolsonaro dizem que não vão privatizar a empresa. “A Caixa já está sendo privatizada através da venda de suas subsidiárias”, reforçou a parlamentar durante o 37º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), no painel “A Caixa e seus empregados e a defesa no Congresso Nacional e na Sociedade”. 

Erika Kokay disse a intenção do governo é enganar a sociedade e o Congresso Nacional, porque sabe que o banco público conta com apoio da população e de parlamentares. Como a venda das subsidiárias não precisa de autorização do legislativo, esta tem sido a manobra usada privatizar por partes não só a Caixa, mas outras empresas públicas, a exemplo da Petrobrás. 

A deputada fez duras críticas ao presidente da Caixa sobre o uso político do banco. A parlamentar questiona as viagens feitas por Pedro Guimarães pelo país. “Precisamos saber quanto ele está gastando com as viagens, é um desrespeito aos trabalhadores da Caixa. Precisamos processar esse sujeito que está achando que a Caixa lhe pertence”, argumentou. 

A deputada lembra que o atual governo foi construído com base em narrativas falsas que substituem a própria realidade. “O que estamos vendo é a negação dos fatos. Quando se constrói narrativa para substituir os fatos só cabem aqueles que estão de acordo com ela, por isso vivemos um processo de ruptura da democracia”, disse Erika ao comentar os ataques do governo as instituições e as eleições. 

Para a conselheira eleita representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, a pandemia da Covid-19 mostrou a importância do Brasil ter instituições públicas fortes. “Imaginem vocês se não tivéssemos o Sistema Único de Saúde (SUS), se não tivéssemos a Caixa para atender esses milhões de brasileiros, os Correios para poder fazer a entrega das mercadorias que se ampliou com o comércio digital, se não tivéssemos ainda os laboratórios públicos como o Butantan e a Fiocruz. Quer dizer o Brasil sem esse arcabouço público estaria, com certeza, em uma situação muito mais difícil do que se encontra nesse momento”, argumentou. 

Segundo Rita Serrano, na Caixa, a estratégia é privatizar o banco por partes.  Em 2018, o banco tinha três subsidiárias e hoje tem 13 subsidiárias. “O risco é o banco perder sua sustentabilidade, sua capacidade de investimento no país, alertou a conselheira eleita.

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