O momento é de resistir contra qualquer tentativa de privatização da Caixa Econômica Federal. Por isso, entidades representativas dos trabalhadores do banco realizam nesta quinta-feira (9/7) um Dia Nacional de Luta. A mobilização #MexeuComACaixaMexeuComOBrasil se dará nas redes sociais.

“A intenção deste governo é vender as partes mais lucrativas da Caixa, as partes que o sistema financeiro internacional deseja. O governo está comprometido com os interesses financeiros, mas nós vamos defender a Caixa até o fim”, afirma o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto.

Segundo o dirigente, o banco público se mostrou imprescindível com o pagamento do Auxílio Emergencial e com a concessão de empréstimos ao setor produtivo. Ainda assim, o presidente do Banco, Pedro Guimarães, voltou a reforçar os planos de privatização da Caixa, como a realização da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade ainda este ano.

“Diante da omissão do governo e dos bancos privados, a Caixa assumiu, sozinha, a sua função social e realizou o pagamento do auxílio emergencial para mais de 64 milhões de brasileiros. E manteve, de pé, os outros programas que ajudam a população a enfrentar a crise”, acrescentou o presidente da Fenae.

A ação desta quinta-feira faz parte de uma grande mobilização nacional contra a agenda privatista do governo federal e contra a pressão ao retorno precoce ao trabalho presencial, colocando em risco trabalhadores e a população em geral.

Mesmo com números alarmantes e a alta taxa de contágio do coronavírus, a Caixa insiste em convocar os empregados para que reassumam o trabalho presencial nas centralizadoras, filiais e representações. O fim do distanciamento social é precoce e coloca os trabalhadores em risco desnecessário e reforça a falta de preocupação da empresa com os trabalhadores.

Resistência – Para tentar segurar o ímpeto do governo de entregar o país com as privatizações, tramita na Câmara dos Deputados o PL 2715/2020, que propõe a suspensão das privatizações até um ano após o fim do estado de calamidade pública. Na prática, os processos de desestatização e desinvestimentos só poderão ser retomados em 2022.

Para o deputado Enio Verri (PT/PR), um dos autores do projeto, além de vender barato por conta da desvalorização das empresas diante da pandemia, a privatização dos setores anunciados por Guimarães também vai prejudicar a população.

“Privatizar setores essenciais como o de cartões, loterias e o de seguros é um equívoco, dentro do princípio de reduzir a desigualdade regional e social no país. Se a Caixa fica menor ou mais frágil, sua capacidade de negociação ficará reduzida. Isso fará com que o banco passe a intervir menos na economia e na vida das pessoas mais pobres”, alerta.

As deputadas Fernanda Melchionna (Psol/RS), Joênia Wapichana (Rede/RR) e Perpétua Almeida (PCdoB/AC) também são autoras do PL, que recebeu 93% de apoio popular.

Compartilhe: