O cerco contra a Caixa está se fechando cada vez mais. Para realizar o desmonte e diminuir gradativamente o tamanho do banco, o governo está tomando diversas medidas.
O vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antonio de Souza, afirmou que o banco irá concentrar suas operações de crédito no Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda até R$4 mil.
Para tanto, a oferta de crédito será reduzida em outras linhas, descontos de duplicatas, capital de giro e crédito rotativo. Isso significa que para o banco operar normalmente é preciso aporte de capital para cumprir com o Acordo de Basiléia. O Acordo de Basiléia 3 é um entendimento internacional que estabelece volumes de recursos que os bancos devem ter para cobrir perdas inesperadas nas suas operações. O valor mínimo exigido pelo índice é 11,0%, no entanto, o último resultado da Caixa foi de 14, 41%. Esse índice exigido irá mudar em 2019 quando as regras do acordo entram em vigor de forma integral no Brasil.
Foi anunciado nesta terça-feira, dia 7 de novembro, que será liberada uma quantia de mais de R$8,7 bilhões oriundos de orçamentos suplementares do FGTS para o crédito imobiliário.
Enquanto isso, o Tribunal de Contas de União (TCU), órgão que assessora o congresso nacional, quer que a Caixa, Banco do Brasil (BB), Banco da Amazônia (Basa) e Banco do Nordeste (BNB) devolvam ao Tesouro cerca de R$ 39 bilhões recebidos por meio de aporte de títulos nos governos Lula e Dilma. Somente a Caixa poderá ter que devolver R$27 bilhões se o relatório for acatado pelo plenário do tribunal, o que prejudicará o cumprimento do Acordo de Basiléia.
Esses aportes através de títulos remunerados ocorreram para capitalizar os bancos federais sem impactar o resultado das contas públicas, estimulando a concessão de crédito perante os efeitos da crise de 2008.
Por trás destas ações está o plano de enfraquecer a Caixa. Primeiro restringindo sua atuação, depois fazendo com que o banco devolva o valor recebido em títulos sem um novo aporte. Para reforçar a impressão de que a Caixa está quebrando a grande imprensa completa esta estratégia divulgando a necessidade de aporte para cumprir o Acordo de Basileia como uma prova de que o banco está falindo. Mas, o aporte está longe de significar uma falência, ele apenas indica a necessidade de ampliação de crédito.
E no centro deste ataque estão os empregados e a população.