Testemunhas e participantes da história da Fenae e da Caixa nos últimos 35 anos, ex-presidentes da entidade participaram na última quarta, dia 12, de uma live em que resgataram os períodos de luta e fizeram uma análise do cenário atual da Caixa e do Brasil, uma forma de marcar os 50 anos da entidade, comemorado no dia 29 de maio.
“Tenho muito prazer de estar aqui para começar as festividades dos 50 anos contando a história da Fenae. Uma história muito rica, e principalmente na companhia desses companheiros que são os responsáveis pelo que a Fenae é hoje, é muito bom relembrar que a luta vale a pena” afirmou o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto.
Sérgio Nunes, Carlos Caser, José Carlos Alonso, Carlos Borges e Jair Ferreira relembraram a história e ressaltaram a importância de unir forças nesse momento crucial da luta pela Caixa 100% pública.
Carlos Caser, por exemplo, disse que a situação atual parece um filme antigo, na medida que se observa a falta de pessoal, tentativa de desmonte, de privatização de áreas lucrativas e o registro de lucro às custas dos empregados. “Vimos isso nos tempos de FHC, quando erámos proibidos de subir na Matriz (sede da Caixa em Brasília) até para apresentar uma pauta de reivindicações. É o mesmo projeto, e precisamos resistir”, afirma.
Ele lembrou que aquele momento foi um dos mais difíceis da luta, e a Fenae foi fundamental, assim como no período em que os empregados da Caixa não tinham direito sequer à sindicalização. “Era a Fenae que fazia esse papel e desde essa época ela ficou com essa missão de defender o empregado da Caixa e, enquanto ela representar o empregado, vai ter razão de existir”, entende ele.
Sérgio Nunes acredita que hoje é ainda pior, porque todo dia há um ataque aos direitos dos empregados e a tentativa de esvaziar a empresa. “Sabemos que a pandemia, a necessidade de nos isolar prejudica a mobilização, mas acredito que é preciso resistir com muita garra, como quando 110 companheiros foram auxiliados pelos empregados até serem readmitidos depois da demissão injusta na época do Collor”, afirmou.
Na opinião de José Carlos Alonso, não há na história dos trabalhadores uma entidade como a Fenae, que apesar de não ser um sindicato não abre mão de seu papel de entidade de classe, ao mesmo tempo que incentiva, por meio das Apcefs, a vida esportiva, cultural e social dos empregados da Caixa. “Como a Caixa é uma empresa ímpar, nossa entidade representativa precisava ser ímpar também e tenho certeza de que a atual direção saberá conduzir a luta nesse momento tão difícil. O passado da Caixa nos ensina que a gente pode ter um futuro esperançoso”, afirmou.
O apoio aos petroleiros e à criação da Central de Movimentos Populares (CMP) foram citados por Carlos Borges como dois momentos importantes do período em que liderou a entidade: “temos orgulho de ter feito parte de uma das entidades que deram apoio de primeira hora aos petroleiros, duramente atingidos durante o governo FHC, e de termos apoiado o MST e a criação da CMP”, afirmou.
Jair Pedro Ferreira ressaltou que esse é um momento de defender a Caixa porque é preciso defender a igualdade. “Desde o golpe contra a presidenta Dilma, está claro que o projeto é de retirar do andar de baixo, basta ver que no projeto de habitação atual não há um centavo para a baixa renda”, alertou.
Para finalizar, Takemoto homenageou a memória dos colegas da Caixa mortos pela Covid-19 e lembrou que a história da Fenae é uma história de luta e que agora não será diferente: “tenho a felicidade de ter um grupo na Fenae e nas Apcefs que está comprometido com a defesa da Caixa, dos empregados e do patrimônio público do brasileiro”, ressaltou.
A live foi finalizada com uma homenagem ao ex-presidente Pedro Eugenio, que faleceu recentemente, no 24 de março. Sua importância na liderança da Fenae foi lembrada por seus companheiros, relembrando sua relevância na construção da Fenae e da luta dos empregados.