Por conta das graves denúncias envolvendo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a Apcef/SP, entre outras entidades que representam os bancários, reivindica que o presidente do banco público seja afastado imediatamente para não interferir nas investigações e para preservar a integridade das vítimas.

Pedro Duarte Guimarães está sendo acusado de assédio sexual por várias empregadas da entidade. A informação se tornou pública no começo da noite desta terça-feira (28), pelo site Metrópoles, e rapidamente ganhou repercussão nacional, na imprensa e nos meios políticos, em especial no Congresso Nacional, onde vários parlamentares se pronunciaram em plenário, solicitando a demissão do executivo.

Segundo a reportagem, no fim do ano passado, um grupo de empregadas que trabalham ou trabalharam em equipes diretamente ligadas ao gabinete da presidência da Caixa, decidiram romper o silêncio e fazer a denúncia do assédio a que vinham sendo submetidas ao Ministério Público Federal, que, desde então, trabalha nas investigações em sigilo. Cinco das vítimas falaram à reportagem referida, na condição de anonimato, para se preservarem.

Os depoimentos são alarmantes. As cinco vítimas relatam toques em partes íntimas sem consentimento, falas e abordagens inconvenientes e convites incomuns e desrespeitosos, incompatíveis com a relação entre o presidente do maior banco público do país e suas empregadas. A maior parte dos testemunhos está ligada a atividades do programa Caixa Mais Brasil, realizadas em vários locais de todas as regiões do país. O programa acumula, desde 2019, mais de 140 viagens, a maioria aos finais de semana, em que estavam Pedro Guimarães e equipe. Nesses eventos profissionais, todos ficam hospedados no mesmo hotel, ocasião em que ocorria o assédio.

Em nota, a Fenae “reforça o pedido de afastamento imediato de Pedro Guimarães enquanto correm as investigações em respeito à segurança de todos os empregados do banco”. A Fenae também se solidariza com as vítimas e enfatiza que “a violência contra as mulheres, em qualquer nível, contraria todos os valores e princípios da Caixa, assim como seu histórico na promoção da igualdade e do respeito aos direitos humanos”.

A deputada Érica Kokay (PT-DF) se colocou à disposição das bancárias vítimas do assédio e está solicitando à comissão de Mulheres do Congresso que atue no caso e informou que vai convocar o ministro da Economia, Paulo Guedes, para cobrar providências. Em sua página do Facebook, a deputada declarou que “são estarrecedores os relatos de funcionárias da Caixa sobre práticas de assédio sexual protagonizadas pelo presidente do banco, Pedro Guimarães. Guimarães é a cara de um governo machista e misógino. Que seja investigado e punido. Toda minha solidariedade às funcionárias!”

:: A Apcef/SP também se coloca à disposição para auxiliar todas as empregadas da Caixa vítimas de assédio sexual ou moral. Entre em contato conosco pelo sindical@apcefsp.org.br.

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