As duas empresas que haviam vencido a licitação de concessão da Lotex (antiga raspadinha da Caixa) anunciaram nesta terça-feira (6) que estão se retirando da empresa.
A International Game Technology (IGT) e Scientific Games Corporation participaram em conjunto da licitação em outubro de 2019. Segundo nota divulgada pelas empresas, ambas foram obrigadas a satisfazer certas condições precedentes para a assinatura do contrato de concessão até 21 de setembro de 2020.
A nota ainda conta que após mais de sete meses de discussões com a Caixa, as partes concluíram com sucesso as negociações do contrato. No entanto, apesar de haver chegado a um acordo sobre a versão final do contrato há mais de dois meses, a Caixa deixou de autorizar sua execução no prazo da concessão e o pedido de prorrogação do processo não foi atendido.
Os representantes da IGT e da Scientific Games apontaram que sem a estrutura da rede de 13 mil lotéricos da Caixa não seria possível seguir adiante.
“Além disso, em 30 de setembro de 2020, a Suprema Corte do Brasil decidiu que o monopólio da loteria do governo federal era inconstitucional, abrindo caminho para os estados desenvolverem loterias estaduais para cada um dos 26 estados e Distrito Federal do Brasil. Como resultado, e apesar de estar totalmente preparada para cumprir todas as condições financeiras e não financeiras precedentes do contrato de concessão, a gestão prudente de capital determina que nos retiremos do processo e reavaliemos o caso de negócio da implementação de um modelo de operações de loteria no Brasil.
Caso o governo do Brasil considere uma prorrogação do processo para que a Caixa autorize e execute um contrato devido ao alto potencial de contribuição deste empreendimento para uma série de programas governamentais, exploraremos a possibilidade de nos engajarmos novamente no processo” finaliza a nota.
“A nota da empresa mostra que o que estava à venda, em verdade, era o balcão da Caixa e toda a sua rede de atendimento” salienta Kardec de Jesus Bezerra, presidente da APCEF/SP.
