O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, participou do 4º programa “Se é público, é para todos”, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP). Takemoto falou sobre a utilização da Caixa para fins políticos e as denúncias sobre os privilégios e facilidade dos amigos da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no acesso ao Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
“O que a gente vê é a utilização da empresa pública por esse governo para fazer negócios e não para atender à população”, destacou o presidente da Fenae, se referindo à importância da democratização do acesso a financiamentos como medida anticíclica.
Ao explicar a importância dos serviços públicos e como o Governo tem esvaziado as políticas habitacionais para a população de baixa renda, Takemoto falou sobre a ação dos movimentos por moradia popular, que aconteceu nesta terça-feira (5) em Brasília. Ele também citou o Habite Seguro, programa habitacional com subsídios e condições de crédito especiais para profissionais da segurança pública. Para Takemoto, os policiais, assim como todos os brasileiros, têm direito à casa própria, mas avalia que a intenção de Bolsonaro é agradar um segmento que, supostamente, está na base de sustentação de seu Governo.
O bate-papo também abordou os impactos da reforma administrativa nos serviços públicos para a população. O presidente da Fenae ressaltou o papel fundamental das empresas públicas durante a pandemia. Ele citou o Sistema Único de Saúde, o Instituto Butantan, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os Correios e a Caixa, que atendeu cerca de 120 milhões de brasileiros durante o pagamento do auxílio emergencial e outros programas sociais na pandemia.
“Nós precisamos valorizar as empresas públicas. Infelizmente o que nós vemos nesse governo é justamente o contrário. Apesar de todo o trabalho feito pela Caixa, Butantan, Correios, o Governo só pensa em privatizar essas empresas ou em seu fatiamento, como no caso da Caixa, vendendo as partes mais lucrativas para o capital privado”, disse.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT/SP), Douglas Izzo, destacou o papel estratégico dos bancos públicos em momentos de crise, especialmente no incentivo ao consumo ao financiar bens e serviços para a população com juros baixos. “Foram os bancos públicos que tiveram o papel fundamental para combater a crise”.
Os serviços públicos e programas sociais operados pela Caixa e a luta da Fenae por uma Caixa sempre pública também foram destaque na participação de Takemoto.