A imprensa tem veiculado reiteradas declarações do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, de que o processo de criação da subsidiária “Caixa Banco Digital S.A.” teria passado pelo Conselho de Administração do banco público e estaria encaminhado no Banco Central. De acordo com as publicações, a este “novo banco” serão transferidas todas as principais operações da Caixa e a plataforma digital, Caixa Tem, incluindo pagamento dos programas sociais e FGTS, além da oferta de produtos financeiros como crédito imobiliário, e o passo seguinte de Guimarães e Paulo Guedes seria a venda do banco por maio de IPO em dupla listagem (Bovespa e NYSE). Isso significa, na prática, repassar ao mercado o que é o core business da Caixa.

A Caixa já é digital – A base banco digital é resultado do trabalho árduo dos empregados da Caixa. Em meio a uma das maiores pandemias da história, os trabalhadores foram convocados a atender à população e desenvolveram, em tempo recorde, o sistema que atendeu mais de 100 milhões de contas digitais somente este ano, apenas com o investimento público do banco e o esforço de seus empregados, que nos atendimentos diários das agências depuram o cadastro das contas abertas.

Mais uma vez, o plano de negócio de Pedro Guimarães não tem paralelo. Nenhum dos concorrentes da Caixa seguiu modelo semelhante para atuar no segmento digital. Os grandes bancos optaram por implementar sua operação digital por meio de plataformas. No caso do Bradesco, o Next (integralmente de sua propriedade) atua como uma espécie de correspondente, com vinculação direta à uma unidade do banco. Em nenhum caso foi criada uma plataforma para a qual transferiram clientes já existentes para, posteriormente, vender ao mercado.

“Não há menor necessidade ou justificativa racional, do ponto de vista da perpetuidade da Caixa, de criar esta subsidiária. O que a Caixa possui, em termos de negócios digitais, é mais bem estruturado do que a concorrência. Precisamos atuar contra mais esta ameaça, que, no limite, significaria a privatização da empresa. Vamos mais uma vez sensibilizar a sociedade, os agentes públicos e avaliar as alternativas jurídicas para evitaer este absurdo que pode afetar à toda a população. A Caixa já é digital!”, disse o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

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