“A Caixa deve ser privatizada imediatamente”. Esta foi a resposta de 41% das 269 pessoas entre empresários, executivos, advogados, parlamentares, militares e dirigentes de variadas entidades de classe, para a pergunta: “Que estatal deveria ser imediatamente privatizada?”, em pesquisa realizada pela rede de comunicação Relatório Reservado, que revela o posicionamento do setor privado.
Além da Caixa, outras empresas estatais foram citadas pelos entrevistados, sendo que 26% apostam na Embrapa, 24% na Petrobras e 9% no Banco do Brasil.
O que a pesquisa revela é que o “olho gordo” cresce em cima da Caixa, especialmente pelo posicionamento que o banco público conquistou no mercado. A Caixa transformou-se em uma das maiores instituições financeiras do país e compete com os principais bancos privados.
A participação da Caixa abocanha 87,1 milhões de correntista, conforme números de 2016. Gerencia cerca de R$ 500 bilhões do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço, recebe 37% das operações de depósitos em poupança ocorridas no país, financia 66% do crédito imobiliário nacional e entre outros números e valores que interessam ao setor privado.
A Caixa privatizada é o destino que interessa aos bancos privados que querem essa fatia de mercado.
Banco público – A Caixa é operadora de programas e políticas públicas de governo que contribuem para o desenvolvimento do Brasil, por isso, a participação do banco 100% público no financiamento desses programas é de suma importância para o crescimento social e econômico do país.
Para se ter uma ideia, o Programa de transferência de renda Bolsa Família, por exemplo, que é destinado às famílias mais carentes, segundo dados do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea), Ministério da Educação e Ministério do Desenvolvimento Social até 2013 beneficiou 14 milhões de famílias e, como resultado, 1,69 milhão de famílias abriram mão do benefício ao melhorar de vida.
No maior programa habitacional destinado para população mais carente, o Minha Casa Minha Vida, 1,7 milhões de moradias foram entregues até 2014, sendo que 52% dos beneficiados recebiam renda mensal até R$ 1.600,00, conforme informações da Caixa e do Ministério das Cidades.
“A Caixa, por ser a operadora dessas importantes políticas publicas, é ferramenta imprescindível para o desenvolvimento do país. Para nós que somos empregados desta empresa é essencial compreendermos o papel que a Caixa desempenha e defendermos que o banco se mantenha 100% público”, reforça o diretor-presidente da Caixa, Kardec de Jesus Bezerra.