A Assembleia Geral desta quinta-feira (22), que faz parte do calendário de lutas proposto pela Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa), vai avaliar a proposta de decretação de Estado de Greve com indicação de paralisação no dia 27 de abril (terça-feira).
Na segunda-feira (19), o Comando Nacional, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e a CEE/Caixa enviaram documento a todos os Sindicatos orientando a convocação e realização da Assembleia com os bancários de suas respectivas bases. Em respeito às determinações sanitárias sobre a pandemia, as assembleias serão realizadas de forma virtual, por meio do sistema Vota Bem. A votação começou às 8h e vai até 22 horas.
:: Na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a votação é pelo link: https://assembleia.spbancarios.com.br.
:: Sindicatos convocam assembleia dos empregados da Caixa para quinta-feira, 22
Para Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), o momento exige forte resistência para impedir a concretização de medidas que vão descapitalizar o banco e reduzir sua capacidade de investimento em políticas públicas e no desenvolvimento do país.
“Esta é a hora de reagir contra as ações do Governo Bolsonaro e de Pedro Guimarães para destruir os direitos dos empregados o caráter 100% público da Caixa. Neste momento, é urgente a mobilização contra a abertura de capital da Caixa Seguridade, que começa no dia 29 de abril”, destacou.
Se concretizado, o IPO da Caixa Seguridade será o primeiro passo para a privatização do banco. Além dela, o governo e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, atuam para a venda de outras partes do banco – Caixa Cartões, Gestão de Recursos, Loterias e uma outra instituição financeira para onde serão repassadas todas as operações sociais do banco. Esta instituição ainda precisa ser autorizada pelo Banco Central, mas já tem objetivo de ser privatizada.
De acordo com Takemoto, o fatiamento da Caixa por meio das subsidiárias é uma tentativa de burlar a Constituição, que atribui ao Congresso Nacional a autorização para a privatização de empresas públicas. Para driblar a regra, o Governo e a direção do banco criam subsidiárias para vender a empresa por partes, como a Caixa Seguridade. Outras áreas que podem ser privatizadas são a de loterias, cartões, gestão de recursos e a plataforma digital, que será transformada em subsidiária para ser vendida. A prática é questionada no Supremo Tribunal Federal, por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5624), movida pela Fenae e Contraf/CUT.
Juvandia Moreira, presidenta da Contraf/CUT, ressalta que a assembleia é fundamental para reação dos empregados contra os ataques do Governo. “O governo Bolsonaro promove uma série de ataques contra a Caixa e seus empregados. Ao mesmo tempo em que tenta privatizar o banco aos poucos com a antecipação dos IHCDs e a oferta pública de ações (IPO) da Caixa Seguridade, a direção do banco deixa de pagar integralmente a PLR Social aos empregados que enfrentam a dura batalha no atendimento da população durante a pandemia”, disse.
Sobram motivos para a paralisação, na opinião da coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. “Não nos faltam argumentos. De imediato, nosso enfrentamento é contra o contra o IPO da Caixa Seguridade, somada à luta por melhores condições de trabalho, mais proteção aos empregados contra a pandemia de Coronavírus, pelo correto pagamento da PLR Social, por mais contratações. Sem falar na inclusão dos empregados no grupo prioritário para vacinação, já que são considerados essenciais e estão na linha de frente para o pagamento do Auxílio Emergencial desde o início da pandemia”, informou Fabiana.