Como previsto pelas entidades, e já denunciado anteriormente, a GDP 2022 não deixou a desejar o esperado dentro do que rege a gestão Pedro Guimarães. É, assim como a gestão atual da Caixa, um sistema assediador, retrógrado e feito de maneira descomprometida com o desenvolvimento da empresa e das pessoas, que só poderia gerar irritação e sentimento de injustiça nos empregados.
É óbvio que num universo de milhares de pessoas, instituir quantas delas teriam qual tipo de desempenho de maneira indiscriminada não seria razoável, mas, pior que um sistema preguiçoso de gestão de pessoas baseado em curva forçada, é aplicar a própria curva numa métrica de objetivos que ignora a missão e valores da Caixa, dando ênfase em venda de produtos e ignorando o papel social da empresa, além da contribuição dos empregados em todo o período no qual sua marca como empresa pública imprescindível para o País, foi revigorada graças ao trabalho de cada empregado, não principalmente nas vendas, mas, sim, no atendimento.
É compreensível que haja objetivos a serem atingidos, mas estes devem partir do objetivo central da Caixa, quem, além de dar lucro para a sociedade, ou até antes disso, é ser o banco referência da população, colocar em prática as políticas públicas de transferência de renda, bancarização, habitação, financiamento da educação de ensino superior, financiamento de infraestrutura e saneamento básico dos entes da federação, repasses públicos de saúde, educação, muito além do banco comercial que a Caixa também é.
Pois, além dos objetivos por si serem questionáveis, toda a mensuração também é. Alguns dos apontamentos dos empregados tratam de ausência de transparência nos resultados finais da avaliação e nas avaliações de competências, falta de critérios objetivos no eixo estilo e de uniformidade na definição dos objetivos SMART.
“A GDP ataca as relações e direitos trabalhistas, expondo os empregados a uma disputa insana. Os empregados já tem valores empresariais, atuam no mercado, nem por isso precisam ser massacrados”, comentou a representante eleita dos empregados da Caixa no Conselho de Administração, Rita Serrano.
A Apcef/SP encaminhou ofício à direção da Caixa solicitando reversão dos reflexos negativos da GDP para os empregados, inclusive com relação à promoção por mérito e também ao Bônus Caixa, que, por ser criado pela empresa sem participação das entidades, acaba sofrendo esse tipo de consequência.
“Discordamos frontalmente do modelo utilizado, que leva ao assédio, é injusto, anacrônico, incoerente e ineficiente, leva os empregados a uma competição predatória e, depois, a uma situação de desmotivação crônica. O próprio mercado entende que não faz sentido usar o modelo. Não basta mais bater a meta, agora precisa torcer para os outros não baterem”, explicou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros