Somos o Brasil que trabalha, na Caixa Econômica Federal e em outros ambientes. É o 1º de Maio a ser celebrado neste domingo (1º) como um dia de reflexão, luta e reafirmação da classe trabalhadora, a força que move o País por emprego, direitos, democracia, defesa dos bancos públicos e pela vida. Portanto, a comemoração do Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora em 2022 será um marco na luta pelo desafio de unir toda a sociedade civil por um Brasil democrático que valorize a saúde, a educação, a ciência, a cultura, a soberania nacional e o que é público.
Depois de dois anos de atividades on-line em virtude do isolamento social para conter o avanço da Covid-19, o 1º de Maio deste ano volta às ruas de todo o País. Será um dia histórico de mobilizações em defesa da democracia e por nenhum direito a menos, reforçando ainda a resistência contra o maior ataque ao patrimônio público, perpetrado por um governo que busca reduzir o Estado brasileiro a qualquer custo, com corte agudo de gastos e investimentos públicos.
No caso da Caixa, em particular, o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal (Fenae), Sergio Takemoto, avalia que lutar para preservar o banco 100% público é lutar para manter vivo o sonho de um Brasil mais justo, democrático e soberano. “Todo o país perde com a política de desmonte do patrimônio público, que afeta negativamente o financiamento da habitação, obras de infraestrutura, projetos de geração de renda e política de inclusão social”, argumenta.
O presidente da Fenae lembra que tanto a Caixa quanto outros bancos públicos desempenham um papel fundamental na economia nacional e atuam como vitais ferramentas de política econômica e de promoção ao desenvolvimento econômico e social. No entanto, segundo ele, essa atuação tão importante tem sido atacada pelo atual governo, a ponto de no último período o crédito oferecido pelas instituições financeiras públicas ter sofrido quedas substanciais.
No palco do 1º de Maio de 2022, as entidades representativas pretendem sublinhar os diversos problemas que estão ocorrendo na Caixa. São contradições em relação ao papel social do banco público. “É fato que a Caixa tem segurado a economia do país, a exemplo do que ocorreu durante o pagamento do auxílio emergencial e ocorre em relação a outros benefícios sociais. Na contramão de tudo isso, porém, o governo e a gestão Pedro Guimarães estão executando um plano para diminuir o tamanho do banco”, denuncia Sergio Takemoto.
O presidente da Fenae diz que o avanço na superação dos problemas estruturais na Caixa passa pela democratização da gestão, com o fim da cultura de desvalorização profissional. “Uma nova perspectiva para o banco, mais sintonizada com os desafios sociais do país, deve ser construída pelo exercício permanente do diálogo com os trabalhadores e suas representações, na busca por soluções que expressem acordos amplos, concretos e duradouros”, pontua. Sergio Takemoto explica que, na mobilização por novas conquistas e avanços aos trabalhadores e às trabalhadoras, a Fenae defende horizontes mais democráticos para a Caixa, na perspectiva de barrar qualquer tentativa governamental de esvaziamento ou privatização do banco.
O momento é histórico para a classe trabalhadora e serve para reverenciar as lutas e conquistas do passado e planejar as mobilizações do futuro. As atividades programadas para o 1º de Maio de 2022 buscam repensar o Brasil e apontar um rumo para um Estado que atenda às necessidades da população, com serviços ágeis, eficientes e de qualidade. E isto será garantido com uma política de valorização do patrimônio público.
Como surgiu o 1º de Maio – Muitas histórias, mobilizações e conquistas rondam o cotidiano do Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora. Desde a origem da data de 1º de Maio, que remonta ao fim do século 19 – ano de 1886, quando uma onda de manifestações e conflitos violentos se desencadeou a partir de uma greve geral, cujo movimento paralisou os parques industriais da cidade de Chicago (EUA), o Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora é de luta.
Esse movimento serve de referência para os empregados e as empregadas da Caixa lutarem por condições dignas de vida e de trabalho. A estratégia tem sido a de atacar o emergencial e o estrutural, ao mesmo tempo e com igual intensidade. A mobilização é comum a todos os bancários e bancárias do país e a hora é de unidade, afirmação de propósitos e de resistência.
No Brasil, a menção ao dia 1º de Maio começou já na década de 1890, quando a República já estava instituída e era deflagrado um processo acentuado do desenvolvimento da indústria. Nas duas primeiras décadas do século 20, começaram a formar-se os movimentos de trabalhadores organizados, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro. É dessa época a histórica Greve Geral de 1917, que durou um mês e paralisou as capitais paulista e carioca por liberdade e aumento salarial, marcando os primeiros tempos de organização operária no país.