No fim de janeiro, justamente na semana da visibilidade trans, três parlamentares negras e trans sofreram grave violência política. Duas delas sofreram atentados à vida, quando tiros foram disparados contra as suas casas. A terceira foi ameaçada em seu próprio gabinete.
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A campanha é organizada pelo Instituto Marielle Franco, Justiça Global, Terra de Direitos e Criola e conta com o apoio da Apcef/SP. “É dever do Estado garantir a segurança dessas mulheres para que possam exercer os seus mandatos com plenitude”, comentou o dirigente da Apcef/SP, André Sardão, eleito recentemente para o Conselho Municipal LGBT de São Paulo. “Só assim conseguiremos garantir que mais mulheres negras em todo o país possam estar em espaços de decisão, em segurança”, completou.
Ataques – Na madrugada de 31 de janeiro, Samara Sosthenes teve sua casa atacada por uma pessoa de moto que disparou contra a sua residência. Ela faz parte do mandato coletivo Quilombo Periférico, formado por seis lideranças do movimento negro e periférico. Ela é travesti e moradora da ocupação Prestes Maia, no Centro da capital paulista. Samara é coordenadora da UNEafro Brasil no núcleo Laura Vermont, na Luz, militante do movimento negro, de mulheres e LGBT.
Dias antes, em 26 de janeiro, Carolina Iara também sofreu um atentado, quando dois tiros foram disparados contra a sua casa. Mulher interssexo, travesti, positHIVa e negra, ela também é uma das representantes do mandato coletivo da Bancada Feminista do PSOL.
No mesmo dia, Erika Hilton, vereadora do PSOL trans negra de São Paulo, sofreu ameaça em seu próprio gabinete, na Câmara Municipal. Erika também é uma ativista dos direitos negros e LGBT e foi a Mulher mais votada da cidade e de todo o Brasil em 2020.
“Vamos pressionar para que as autoridades garantam a segurança das parlamentares, mas, se isso, não acontecer, o assunto será levado ao Conselho LBGT e a outras entidades representativas”, explicou André Sardão.
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