Ao ser criada em 1971, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) já tinha como foco o combate à desigualdade social no país. Essa preocupação se traduzia na defesa de melhores condições de trabalho para os empregados da Caixa e do papel social do banco, para assegurar atendimento de qualidade à população, especialmente aqueles atendidos pelos benefícios sociais e políticas públicas geridas pela Caixa.
Com o passar dos anos, a entidade – juntamente com as Associações do Pessoal da Caixa (Apcefs)- ampliou sua atuação e a responsabilidade social se materializou no engajamento em mobilizações como os Comitês do Combate à Pobreza, criados pelo sociólogo Herbert José de Sousa (Betinho), participação do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade, que surgiu no Brasil a partir dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) estabelecidos pela ONU com objetivo de combater a fome e a pobreza, além de medidas para o estabelecimento de uma parceria global para o desenvolvimento sustentável.
A Fenae ampliou seu leque de parceiros com apoio aos movimentos populares que lutam pelo acesso a moradia digna, mobilidade urbana, educação e saúde de qualidade, e movimentos sociais que lutam contra o racismo, defendem a equidade de gênero e combatem qualquer tipo de discriminação, marcando presença e apoiando mobilizações em todo o país.
A preocupação com a sustentabilidade do planeta também esteve presente nesses 50 anos, por exemplo, no programa Eu Faço Cultura, que está em um dos eixos Projetos Incentivados do Instituto. Em 2010, o programa plantou centenas de árvores nos eventos para contribuir com a diminuição de gases de efeito estufa, além do incentivo às ações ambientais das Apcefs.
“Acreditamos que é possível melhorar a vida das pessoas, especialmente daqueles que mais necessitam. É por isso que a responsabilidade social está presente no dia a dia da atuação da entidade. Juntamente com as Apcefs e outros parceiros, desenvolvemos ações que vão de encontro aos valores de respeitar e promover os direitos humanos, a equidade e a solidariedade, bem como manter o compromisso com a proteção ambiental e o bem-estar da sociedade. É uma história que começou em 1971 e continua até hoje, sempre buscando ampliar ainda mais a contribuição do movimento associativo na Caixa para um Brasil e um mundo melhores”, ressalta o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
Na avaliação da diretora de Impacto Social da Fenae, para falar da responsabilidade social da entidade é preciso valorizar tudo o que ela tem feito especialmente para os empregados da Caixa. “A Fenae nasceu com o objetivo de cuidar das boas condições de trabalho para esses trabalhadores e percebeu a importância, a partir de 2005, quando começou o Movimento Solidário em Caraúbas do Piauí, de dar atenção e contribuir com a formação de lideranças para os povoados mais pobres. Essa responsabilidade social se traduz, não em entregar os projetos prontos, mas ajudar as comunidades, as cidades pobres, as populações necessitadas a perceberem que por elas próprias podem conquistar melhores condições de trabalho, de renda e de nutrição”, pontua Francisca de Assis Araújo Silva.
A criação do Movimento Solidário, programa de Responsabilidade Social da Fenae e das Apcefs, que já tem quase 16 anos de existência, concretizou o desejo de milhares de empregados da Caixa em contribuir com a transformação da realidade social tão desigual no Brasil. Depois de passar 10 anos em Caraúbas do Piauí transformando a vida das comunidades carentes do município, as ações de desenvolvimento sustentável estão sendo executadas em Belágua (MA).
O programa também tem apoiado o Lar de Crianças Nossa Senhora das Graças, em Petrópolis (RJ), que atende crianças e adolescentes em risco social, ajudando a dar uma vida mais digna aos meninos e meninas da instituição.
“Na concepção da diretoria da Fenae, a preocupação com as pessoas, o combate à desigualdade são questões muito relacionadas com o papel da Caixa, sua atuação enquanto banco público, voltada para habitação social, investimentos em infraestrutura, enfim tudo que ajuda no desenvolvimento social e econômico do país”, avalia o diretor de Formação da Fenae e presidente do Instituto Fenae Transforma, Jair Pedro Ferreira.
O Instituto foi criado em 2007 com o objetivo inicial de agregar todas as ações do Movimento Solidário, mas tornou-se o executor de todas as iniciativas da Federação voltadas para transformação da sociedade, explica o diretor da instituição, David Borges.
“A Fenae cria o Instituto para ser a sua parte de compromisso com a sociedade, de reversão social do movimento associativo dentro do ecossistema do pessoal da Caixa”, complementa David.
Reestruturado no final de 2018, o Instituto Fenae Transforma passou a atuar em quatro pilares: Desenvolvimento Sustentável com as ações do Movimento Solidário; Educação e formação – por meio de uma plataforma que está sendo implementada para o uso de parceiros e os seus associados.
A terceira vertente de atuação do Instituto é voltada para Investimentos de Impacto Social, viabilizada por meio da parceira com o Instituto Yunus Negócios Sociais, em 2016.
“A Fenae investe nesse fundo com o objetivo de que esses recursos viabilizem projetos que vão gerar soluções para problemas sociais. A Yunus é gestora desse fundo e com esse dinheiro ela incentiva o desenvolvimento de negócios de impacto social; dando mentoria, empréstimos a baixo custo, que esses empreendedores sociais não encontrariam em outro canal; e acompanhamento para que esse dinheiro volte para o fundo e seja reaplicado em outros negócios sociais”, esclarece David Borges.
A Federação foi a primeira investidora brasileira no fundo de investimento da Yunus Negócios Sociais, maior referência mundial no setor. Um dos negócios sociais que têm incentivo da Fenae é a Estante Mágica, que estimula a produção de livros por crianças nas escolas. O projeto vai ser revertido em 2021 para o Movimento Solidário, com a aplicação em duas escolas em Caraúbas do Piauí e Belágua.
O quarto pilar do Instituto são os projetos incentivados, baseados em leis de incentivo em geral, a exemplo do Eu Faço Cultura, financiado com doações de recursos do Imposto de Renda dos empregados da Caixa. Na versão atual do programa, os recursos captados são usados para adquirir produtos culturais como livros, ingressos para teatro, cinema, circo, espetáculos de dança (antes da pandemia), dentre outros.