Edição: 105
De norte a sul do país, estados pobres ou menos pobres, o comércio varejista despenca. No agregado nacional, em 2016 a queda no volume de vendas – variação real, já descontada a inflação – foi de 6,2% na comparação com o ano anterior. Em São Paulo, negativo de 4,8%. Salvou-se, apenas, o estado de Roraima, com variação positiva de 1,2%.

Por segmento

Considerados os segmentos do comércio varejista, o de livros, jornais e papelaria mergulhou 16,1% no ano passado. O comércio de veículos e peças registrou negativo de 14% e o de móveis e eletrodomésticos, 12,6%. Mas, até aí, trata-se de bens de consumo cuja aquisição pode, em teoria, ser adiada. Indicador da perda de renda, fruto em especial do desemprego, é a redução em produtos alimentícios e supermercados, menos 3,1%, e de artigos farmacêuticos, negativo 2,1%. Esses dois últimos grupos concentram produtos que, decididamente, nada têm de supérfluo.

Comércio e inflação

Para muitos, a queda no comércio deveria se refletir, naturalmente, na redução da inflação acumulada. Sem renda e sem vendas devem prevalecer preços estancados.
Nem tanto. Observado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado a cada doze meses, o período de fevereiro de 2016 a janeiro de 2017 mostra-se, de fato, o menor desde 2012, 5,35%. Mas esse menor anual não é tão menor assim: todo o período 2013 e 2014 registrou acumulado, a cada doze meses, entre 5,59% e 6,75%, com a diferença de que o emprego estava em alta e o comércio aquecido.

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