Edição: 92
O capitalismo se caracteriza pela concentração e não pela distribuição de renda. Até mesmo certo alívio, fruto de sua versão social-democrata que tolera distribuir alguma coisa, se esvai agora no cenário brasileiro. A imposição da FENABAN aos bancários representa a voz do poder político, ocupado por quem cassou um governo eleito, associado à conveniência econômica. Banqueiros e governo tentarão impor medidas que reduzam os ganhos acumulados ao longo dos últimos anos.
Os bancários – e os da Caixa, por ser banco público, em especial – não encerram uma campanha nos limites ora determinados. Em verdade, sabem que se iniciou luta muito maior, que é contra o poder hoje instalado.

Caixa: trabalho mais intenso

O lucro líquido da Caixa por empregado no primeiro semestre de 2016 foi de R$ 25,5 mil, o que representa redução de 28,1% na comparação com o do mesmo período de 2015, R$ 35,5 mil. Mas, registre-se, redução de lucro não é perda. Outros indicadores devem ser destacados na comparação de resultados. Eles atestam o efetivo ganho do banco em relação ao dispêndio: receita de tarifa, carteira de crédito e número de clientes por empregado cresceram; o número de empregados por agência, caiu.

Títulos e valores mobiliários

No primeiro semestre de 2016 a Caixa contabilizou R$ 28,2 bilhões como resultado de aplicações em títulos e valores mobiliários, grupo de ativos onde se concentram os títulos públicos. Esse resultado foi 62,8% superior ao do primeiro semestre de 2015, R$ 17,3 bilhões. Embora o mercado financeiro aposte em redução da taxa básica de juros (SELIC), estima-se que, em 2016, a rentabilidade real de aplicadores nessa modalidade alcance 6,4%. Em 2017, a fatia será mais gorda: 8,2%. Bom seria se esses índices fossem referência para o reajuste real na remuneração de quem trabalha.

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