Edição: 85
Ainda ao final do século passado se reivindicava salário-mínimo equivalente a US$ 100,00. Os trabalhadores e os assistidos do INSS alcançaram e, felizmente, superaram o objetivo. Se em julho de 1995, ano de instituição do Real, o mínimo correspondia US$ 69,42 dólares, em julho de 2016 equivalia a US$ 256,97, variação de 270,2%. A marca de 100 dólares foi superada em maio de 1995 e resistiu até dezembro de 1998, muito em razão da contenção artificial do câmbio. De janeiro de 1999 a março de 2005 se situou abaixo. Em fevereiro de 2016 alcançou a maior equivalência, US$ 361,26.

Salário demais?

Pois é, mesmo crescendo o salário-mínimo ainda está distante do valor alcançado em outros tempos. Calculada a média pelo pagamento de treze parcelas anuais, o mínimo valia R$ 914,16 em 2015. Só então se recuperou o poder aquisitivo de 1982, R$ 908,26, em valor corrigido a 2015. O maior salário-mínimo real médio ocorreu em 1957, R$ 2.140,87; o menor foi registrado em 1995, R$ 428,15. Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – Contínua, do IBGE, em dezembro a renda real habitualmente recebido por pessoas ocupadas era R$ 1.997,00, pouco mais que dois salários-mínimos.

Consumo das famílias

A elevação da taxa básica de juros se destina, em teoria, à contenção do consumo e elevação da poupança. Com isso, menor pressão sobre os preços. (ver, no Saiba Mais, Informe Semanal DIEESE 83).
Desemprego em alta e renda contida, o consumo despenca desde o quarto trimestre do 2013 (gráfico 3). Por que o Comitê de Política Monetária (COPOM) não reduz a taxa é, para alguns, um mistério. Para outros, mera política de transferência de renda dos setores produtivos aos financeiros. E, aqui, não se trata de beneficiar o pequeno investidor assalariado que direciona sua poupança reduzida à renda fixa. Do estoque de títulos em junho de 2016, 23,65% estavam diretamente com instituições financeiras e 16,41% com não residentes no país.

>> Clique aqui para acessar o Informe Semanal Dieese 83.

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