Por Meire Bicudo – CNB/CUT
Apesar de iniciarem as negociações em 1º de setembro com o espírito de “fechar acordo”, afirmando que pretendiam mudar a proposta, os banqueiros não ficaram nem vermelhos ao propor 1% a mais do que a proposta anterior. Dos 9% que gerou a indignação em toda a categoria e levou os bancários a realizarem grandes mobilizações em 28 de agosto, o índice dos banqueiros passou para 10%. Diante da proposta, os bancários resolveram paralisar as atividades em 4 de setembro, quinta-feira.
O valor oferecido pelos banqueiros ainda está longe de recompor a inflação que tem corroído o poder de compra dos salários e que foi registrado pelo INPC em 18%. Contrariando a determinação dos bancários de não trabalhar com o abono, os banqueiros ofereceram correção de 10% sobre o valor pago no ano passado: de R$ 1.200 para R$ 1.320.
A Executiva Nacional dos Bancários rejeitou a proposta e afirmou que a política de abono é altamente prejudicial à categoria, pois causa o achatamento e perda do poder de compra.
“O abono, na verdade, fica com o banco. Só serve para o bancário pagar as suas dívidas. O que precisamos é de aumento real de salário” – explicou Vagner Freitas, presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT).
Para ele, é um absurdo que um setor com tanta lucratividade não reponha ao menos a inflação do período. “O que precisamos agora é mobilizar a categoria para conseguir melhorar os salários. Nós orientamos que os sindicatos façam um trabalho na base em 2 e 3 de setembro para que na quinta, dia 4, façamos o nosso Dia Nacional de Luta” – finalizou Vagner.
Calendário
Veja o calendário definido pela Executiva após a negociação de 1º de setembro:
• 2 de setembro, terça-feira: valorização dos clientes.
• 2 e 3 de setembro, terça e quarta-feira: discutir a proposta nas agências e mobilizar a categoria.
• 4 de setembro, quinta-feira: Dia Nacional de Luta, com paralisações, e o Grito dos Excluídos.
• 5 de setembro, sexta-feira: repercussão das atividades nas agências.
• 8 de setembro, segunda-feira: reunião da Executiva e nova rodada de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).