A direção da Caixa Federal apresentou, em 10 de outubro, proposta que se aproxima da convenção da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Prevê 12,6% de reajuste sobre todas as verbas salariais, mais abono de R$ 1.500 a ser pago em até 10 dias úteis após a assinatura do acordo com o banco. O ajuste de mercado aumentaria 5%. A cesta-alimentação subiria de R$ 50 para R$ 80 (60%). A PLR será de 80% sobre o salário padrão mais parcela fixa de R$ 650, com teto de R$ 4.617, a ser paga de uma só vez em março de 2004. Os bancários insistiram para que ela seja paga nos mesmos moldes da Fenaban e os diretores da Caixa ficaram de responder em 13 de outubro, segunda-feira.
A informação foi passada para os membros da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa) e da Executiva Nacional dos Bancários durante a negociação que acabou no início da noite do dia 10, na sede da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), na capital. “Este é um momento muito importante para os bancários da Caixa. Houve um grande avanço, mas as negociações específicas continuam” – destacou o presidente da CNB/CUT, Vagner Freitas.
Para o diretor da CNB e coordenador da CEE-Caixa, Plínio Pavão, este é um grande dia para os empregados da Caixa Econômica Federal. “Nossa avaliação é de que a proposta da Caixa avançou muito, fruto do potencial de mobilização que os empregados demonstraram ao participarem da campanha única em todo o País” – avaliou.

Reconhecimento

Outra importante vitória nessas negociações foi o reconhecimento da CNB e dos sindicatos cutistas como legítimos representantes dos bancários. Até o ano passado, as negociações específicas da Caixa eram feitas com uma confederação oficial. “A CNB/CUT representa mais de 90% dos bancários do País. A Caixa reconheceu sua representatividade. Tanto que as negociações de hoje ocorreram na sede da Confederação” – comentou o secretário geral da CNB/CUT, Carlos Cordeiro.
O reconhecimento formal deve ser assinado em breve, já que as negociações para um acordo na ação que as entidades sindicais movem contra a Caixa no Tribunal Superior do Trabalho (TST) estão bastante avançadas.

Outros itens

Além da Convenção Coletiva, a CEE-Caixa pediu à Caixa que liberasse 120 dirigentes sindicais (hoje são 60 os liberados). O banco fez uma contraproposta de 90, mas a Executiva ainda quer ampliar esse número. Outra reivindicação dos trabalhadores foi a ampliação do número de bolsas de estudo para curso superior. Os diretores da Caixa também devem dar uma resposta em 13 de outubro.
A Caixa comprometeu-se que, caso a proposta seja aprovada, as faltas relativas às paralisações da Campanha Salarial 2003 não serão descontadas e não haverá reflexos na vida funcional.

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