Os empregados da Caixa aprovaram, em assembléias realizadas em 24 e 25 de novembro por todo o País, a proposta da Caixa apresentada na última rodada de negociação. Com essa decisão, as bases sindicais acataram indicativo da Executiva Nacional dos Bancários e da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa).
Os representantes dos empregados consultaram, de diversas formas, os trabalhadores do banco a fim de saber a opinião deles a respeito da proposta. Em enquete realizada pela APCEF/SP, na internet, 68,38% dos votantes indicaram a aceitação da proposta.
“A princípio, existiam duas opções: aceitar o acordo e manter um calendário permanente de mobilizações ou, então, rejeitar a proposta, deflagrar uma nova greve e ficar sem acordo por enquanto” – explicou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.
Durante toda a Campanha Salarial, a direção da Caixa mostrou-se bastante intransigente. Chegou ao ponto de, na proposta apresentada, afirmar que não cumpriria o compromisso assumido durante a Campanha Salarial 2003/2004 referente à cesta-alimentação.
Na semana anterior às assembléias, a Caixa chegou a divulgar os valores da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), condicionando a liberação do pagamento à aceitação da proposta em bloco. “Sabendo da situação financeira dos empregados, isto foi uma grande chantagem!” – indignou-se Fabiana Matheus.
Confira, abaixo, as propostas apresentadas pela Caixa, o que foi acordado com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o que foi julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho e aquilo que os empregados reivindicavam.
A diretora-presidente da APCEF/SP lembrou: “A aceitação da proposta não encerra a luta. Precisamos manter um calendário permanente de mobilização para pressionarmos no sentido de solucionar as pendências como PCS/PCC, tíquete, aposentados, áreas de retaguarda…”.
• Reivindicações aprovadas na Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
– Reajuste: 25% para toda a categoria.
Por causa do impasse, foi aprovada em assembléia uma nova reivindicação: 19% de reajuste mais abono de R$ 1.500.
– Abono: não definido.
– Cesta-alimentação: R$ 250.
– PLR: 1 salário mais R$ 1.200.
– Itens complementares específicos da Caixa: solução urgente para os seguintes problemas (reintegração dos empregados demitidos pela RH 008; implantação do novo plano de benefícios da Funcef; alterações no Plano de Cargos e Salários e Plano de Cargos Comissionados (PCS/PCC); concessão do auxílio-alimentação aos aposentados; política de saúde; segurança bancária; sistema de Ponto Eletrônico (Sipon), horas extras e jornada de trabalho; Processo Seletivo Interno (PSI); isonomia para os admitidos após 1997; representação dos empregados na gestão da Caixa; mecanismos de recomposição do poder de compra dos salários; e adequação das áreas de retaguarda – Retpvs).
• Proposta apresentada pela Fenaban e Caixa, rejeitada em assembléias de 14 de setembro
– Reajuste: 8,5% mais R$ 30 para salários até R$ 1.500.
– Abono: não definido.
– Cesta-alimentação: Fenaban – R$ 217 mais
13ª cesta-alimentação.
Caixa – cumprimento do compromisso assumido
em 2003 * mais a 13ª cesta-alimentação.
– PLR: 80% do salário mais o valor fixo de R$ 705.
– Itens complementares específicos da Caixa: conversão em espécie de até 30 dias da licença-prêmio e Apip; autorização para conversão em espécie das APIP para os empregados admitidos após março de 1997; manutenção dos itens complementares negociados antes da greve da categoria**; quanto aos dias de paralisação da Campanha Salarial 2004, ocorridas fora do período de greve, adoção do mesmo procedimento utilizado para os dias da greve.
• Decisão do Tribunal Superior do Trabalho em julgamento do dissídio da Caixa
– Reajuste: 8,5% mais R$ 30 para salários até R$ 1.500.
– Abono: R$ 1 mil.
– Cesta-alimentação: reajuste de 8,5% ao benefício.
– PLR: não definido.
– Itens complementares específicos da Caixa: não definido.
• Segunda proposta apresentada pela Fenaban, aprovada para os bancos privados
– Reajuste: 8,5% mais R$ 30 para salários até R$ 1.500.
– Abono: não definido.
– Cesta-alimentação: reajuste de 8,5 %
ao benefício, que passou a R$ 217, mais pagamento de cesta-extra de R$ 700.
– PLR: 80% do salário mais o valor fixo de R$ 705.
• Segunda proposta apresentada pela Caixa, aprovada pelos empregados
– Reajuste: item decidido em julgamento.
– Abono: item decidido em julgamento.
– Cesta-alimentação: pagamento de R$ 108,50
de setembro a dezembro de 2004, R$ 135,62 de janeiro a abril de 2005 e R$ 162,75 de maio a agosto. Em setembro, a cesta passa a ter o
mesmo valor dos demais bancários.
– PLR: 80% do salário mais o valor fixo de R$ 705.
– Itens complementares específicos da Caixa: conversão em espécie de até 30 dias da licença-prêmio e Apip; autorização para conversão em espécie das APIP para os empregados admitidos após março de 1997; manutenção dos itens complementares negociados antes da greve da categoria**; quanto aos dias de paralisação da Campanha Salarial 2004, ocorridas fora do período de greve, adoção do mesmo procedimento utilizado para os dias da greve.
* Proposta da Caixa: cumprimento do compromisso firmado na Campanha Salarial 2003 de que o benefício seria de R$ 100 até agosto de 2004; em setembro deste ano seria acrescido 50% da diferença em relação ao oferecido pela Fenaban. Em setembro de 2005, o valor seria igualado ao da categoria.
** Acesse a página da Associação na internet e confira, na íntegra, os itens da proposta na Mensagem da Executiva.