Da Agência Fenae

A rodada da mesa de negociações permanentes, ocorrida em 21 de março, em Brasília, entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa) e a direção da Caixa Econômica Federal, focou o debate em torno de três assuntos pendentes: Gestão de Relacionamento com o Cliente (GRC) e mapeamento, Saúde/Caixa e proposta de incentivo à aposentadoria.
Depois dos representantes da Caixa terem apresentado como funcionará o GRC, programa implantado em 8 de janeiro deste ano e que já resultou na criação de 97 cargos gerenciais e mais de 716 cargos técnicos/assistente de negócios, a Contraf-CUT e a Comissão Executiva dos Empregados reclamaram de que já houve muito remanejamento de gerentes, mas a empresa garantiu que as mudanças não foram resultados do GRC e, sim, de remanejamento feito pelas Superintendências Regionais, sem nenhuma orientação da Matriz.
Ao discorrer sobre o GRC, a Caixa negou qualquer tipo de corte de função, reconheceu a existência de um grande número de clientes por carteira em todos os segmentos, mas justificou haver limitação para criar mais cargos, imposta pelo próprio governo. Os representantes dos empregados também reclamaram de que vários gerentes estão impedindo os clientes de entrarem nas agências, o que a Caixa esclareceu não ser esta a orientação do programa, tendo em vista que o entendimento do GRC, de acordo com a Caixa, é de que todos os usuários da empresa são clientes e não há motivos para discriminação.
Em um prazo de seis meses, o GRC deverá ser avaliado e depois haverá remanejamento de cargos, com a garantia da empresa de que isto não implicará perda de cargo dentro de uma mesma Superintendência Regional. A Contraf-CUT e a CEE-Caixa manifestaram desejo de participar de todo esse processo e, em decorrência disso, os representantes da Caixa assumiram o compromisso de apresentar a avaliação sobre o programa tão logo ela esteja pronta.
Confira, a seguir, os outros assuntos que foram objetos das negociações:

• Mapeamento

A Contraf-CUT e a CEE-Caixa cobraram participação do movimento sindical no mapeamento previsto pelo normativo RH 071. Esse processo encerrou-se em meados de janeiro deste ano e, diante disso, a Caixa afirmou não ter como mudá-lo, sinalizando que aceita discutir os critérios para o próximo mapeamento.

• Saúde/Caixa

A representação nacional dos empregados reiterou a preocupação com a retomada do processamento de dados do Saúde/Caixa, sobretudo por implicar cobrança das eventuais participações que ficaram interrompidas no período em que o sistema não funcionou. Foi reiterado ainda que esse processo de cobrança seja negociado com o movimento sindical, ao que a Caixa garantiu que não irá efetuar desconto algum sem antes conversar com a Contraf-CUT e com a Comissão Executiva.
O processamento de dados do Saúde/Caixa será retomado em abril e, neste primeiro momento, será feita a cobrança ordinária do mês anterior. As eventuais dívidas passadas começam a ser cobradas no fim do ano, quando a empresa pretende processar todos os dados atrasados.

• Aposentados

A Contraf-CUT e a CEE-Caixa questionaram como a empresa pretende viabilizar recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), com definição de que a aposentadoria não implica a rescisão do contrato. A Caixa informou que entende a importância do tema e adiantou que, no momento, não tem proposta para atender à essa expectativa. Comunicou ainda que cerca de 100 empregados já se aposentaram e continuam trabalhando na empresa, na expectativa de alguma compensação para se afastar do serviço. Outros 600 empregados estão em via de se aposentar nos próximos meses.

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