Da Agência Fenae

Conferência nacional da Contraf/CUT define calendário de atividades para a campanha salarial deste ano. Minuta de reivindicações à Fenaban será entregue no início de agosto

A Campanha Salarial 2007 da categoria bancária adotará a estratégia de mesa única com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para os itens gerais e de mesas permanentes para tratar das questões específicas de cada banco. Esta proposta foi reafirmada mais uma vez pela plenária final da 9ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, ocorrida na tarde de 29 de julho, na capital.
Para este ano, o índice de reajuste será de 10,3%. O valor corresponde a 4,55% de reposição integral da inflação, com base no ICV do Dieese, e a 5,5% de aumento real.
O aumento do piso salarial esteve em debate e a proposta é de que nenhum bancário receba menos que o piso mínimo estipulado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), estimado em R$ 1.628,24. Os delegados da conferência nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) também reafirmaram a necessidade de que sejam criados pisos salariais em Convenção Coletiva Nacional para cargos ou funções como caixas (R$ 2.128,24), comissionados (R$ 2.728,00) e gerentes (R$ 3.582,12). Será reivindicado ainda reajuste para benefícios como vale-alimentação (R$ 380), auxílio-creche (R$ 380) e vale-refeição equivalente a 4% do valor total do piso mínimo. A proposta prevê que as gratificações ou comissões de função sejam incorporadas aos salários, dialogando assim com as outras reivindicações econômicas.
A título de remuneração variável, a campanha salarial da categoria bancária reivindicará o pagamento mensal de 10% de toda a produção de cada unidade, a ser distribuído de forma linear. Também será exigido 5% de toda a receita com prestação de serviços, com incorporação anual ao salário fixo de cada empregado de 1% do valor total recebido. O entendimento, neste caso, é de que a contratação da remuneração variável em Convenção Coletiva Nacional visa a estimular a gestão coletiva em contraposição a uma gestão individualizada (como ocorre hoje), lutando assim efetivamente pelo fim das metas abusivas.
A conferência nacional da Contraf/CUT aprovou os eixos para a campanha salarial deste ano, tendo como parâmetro as seguintes reivindicações: garantia do emprego (Convenção 158 da OIT – contra as demissões imotivadas), fim do assédio moral e da violência organizacional, fim das metas abusivas, isonomia de direitos (antigos e novos e afastados e licenciados), Plano de Cargos e Salário (PCS) para todos, igualdade de oportunidades, defesa e fortalecimento dos bancos públicos, piso mínimo do Dieese, redução dos juros e das tarifas bancárias e ampliação do crédito produtivo.
No calendário definido constam diversas atividades para fomentar a mobilização de todos os trabalhadores do ramo financeiro. Na primeira semana de agosto, o Comando Nacional fará a entrega da minuta mínima unificada para a Fenaban. Trinta dias após a minuta ser entregue aos banqueiros, a Contraf/CUT, um representante de cada sindicato e o Comando Nacional realizam encontro para avaliar a estragégia da campanha salarial e definir novas orientações. Ainda como parte do calendário, serão realizados atos em Brasília em 14 e 15 de agosto, desta vez para reivindicar o fim dos interditos proibitórios, a defesa da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o veto à emenda 3 da MP da Super-Receita, a redução da jornada sem redução salarial e o cumprimento da jornada de seis horas. Há o compromisso de que, durante a campanha salarial deste ano, sejam realizadas assembléias gerais e específicas por banco, com base na dinâmica das negociações. No decorrer deste processo, o calendário geral e específico será definido pelo Comando Nacional.
Houve consenso em relação ao novo formato do Comando Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, que passará a ser unificado e composto por 33 entidades sindicais (Contraf/CUT, federações e sindicatos de bancários).
Moções de apoio e repúdio foram aprovadas pela plenária final da 9ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. Há moções em apoio ao caráter público de bancos estaduais e dos federalizados (BRB – Banpará – Banrisul – Besc) e moção de repúdio ao programa de reestruturação do Banco do Brasil. Os delegados do evento também deram aval à reintegração do bancário José Sokol (Santander) e à aprovação da reforma política pelo Congresso Nacional, colocando-se a favor ainda da garantia do emprego dos trabalhadores do ABN e Sudameris e da marcha que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) realiza em Brasília em 15 de agosto.

Íntegra da minuta de reivindicações

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