A diretoria da Caixa Econômica Federal, por meio da sua comissão de negociação, ameaça romper com as regras de civilidade que vem permeando o relacionamento da empresa com os representantes dos empregados. Diz que vai recorrer à truculência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para acabar com a greve nacional dos bancários da Caixa, mesmo tendo plena consciência de que o tribunal que acaba com greve não tem o poder de acabar com o conflito.
Essa decisão da Caixa é incompreensível, assim como é inadmissível a postura que a direção da empresa vem tendo nesta campanha salarial.
Não há nenhuma mudança no processo de negociação dos bancários com os bancos públicos em relação aos anos anteriores. Na campanha salarial do ano passado, além da mesa de negociação e do acordo da Fenaban, a direção do Banco do Brasil negociou questões específicas que permitiram assinar o acordo naquele ano. Este ano, a direção do BB adotou exatamente a mesma postura, negociou as questões específicas que permitiram a aprovação do acordo salarial de 2007/08.
O mesmo procedimento ocorreu com a Caixa no ano passado, que negociou as questões específicas, incluindo o pagamento de PLR superior ao negociado com Fenaban e outras questões específicas que permitiram a aprovação do acordo daquele ano.
Este ano, para surpresa da representação dos bancários, a Caixa se recusa a formalizar propostas específicas que atendam às reivindicações dos empregados, num retrocesso inexplicável. Sequer o critério de PLR do ano passado a Caixa aceita pagar, apesar da intensa propaganda que fez do lucro recorde que obteve no primeiro semestre.
Queremos acreditar que a diretoria da Caixa refletirá sobre esse processo e a necessidade de retomar a negociação na segunda-feira, dia 8 de outubro, como propôs a representação dos empregados, e esqueça as ameaças de recurso ao TST. Ela precisa retomar o diálogo franco com os empregados, para enfrentarmos os desafios que estão sendo colocados à frente da Caixa.
Os representantes dos empregados estão abertos ao diálogo e à busca de alternativas para uma proposta que possa ser aprovada dignamente pelos empregados da Caixa.
É hora de unidade de todos os empregados da Caixa. É hora de fortalecer a greve e de demonstrar claramente que queremos uma proposta digna de ser apreciada nas assembléias.
E que a direção da Caixa tenha o bom senso de manter o TST longe das negociações e procure a solução do conflito pelo diálogo, pois a alternativa a isso, já sabemos, não é boa para nenhuma das partes.
Derrotar o movimento foi algo que nenhuma diretoria da Caixa conseguiu fazer e não vale a pena a atual tentar.
Diretoria da Fenae