Fonte: Contraf-CUT
A Contraf-CUT e a Caixa Econômica Federal iniciaram nesta terça-feira, dia 27, as negociações sobre o Plano de Cargos e Salários (PCS). Os representantes dos bancários e da empresa estabeleceram um cronograma para a discussão do PCS. A próxima rodada de negociações ficou marcada para o dia 20 de dezembro, quando a Caixa apresentará dois estudos para a Contraf-CUT. O primeiro trata das carreiras de TB e TBF e o outro sobre as práticas de carreira adotadas pelas principais empresas do mercado nacional,que servirão de parâmetro para o debate.
“A Caixa sinaliza que quer concluir as negociações sobre o PCS até o final de fevereiro. Isso é positivo, pois o debate é urgente e interessa aos bancários. Mas, por enquanto, o banco não divulgou nenhum número e, portanto, estão mantidos os parâmetros que foram negociados durante a Campanha Nacional. Tínhamos a expectativa de que a Caixa traria alguma proposta nesta rodada, mas isso não ocorreu. Os bancários devem acompanhar de perto os debates e se manter mobilizados para pressionarmos o banco”, comentou Plínio Pavão, diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa.
• Taxa de juros e consignação
Os bancários cobraram da Caixa o cumprimento do acordo que garante crédito consignado aos empregados com juros mais baixos. Conforme acordado na última conversa com a Caixa, o banco apresentou uma solução: manteve a tabela já divulgada, mas propôs aos empregados a opção pela contratação das taxas de juros promocionais que são oferecidos a outros segmentos, como é o caso dos empregados da Justiça. Para utilizar essa tabela, o banco informou que não tem como não cobrar a TAC (Taxa de Administração de Crédito) de R$ 120.
“Ficou acertado que qualquer promoção ou mudança que ocorra em outros esquemas de crédito consignado será sempre colocada a melhor opção para os empregados da Caixa escolherem. Também garantimos a extensão do crédito consignado para os assistidos da Funcef e da Prevhab”, explicou Plínio.
• Mais empregados
A Contraf-CUT cobrou também a contratação de 3 mil empregados, conforme negociado na Campanha Nacional para ocorrer até 31 de dezembro. A Caixa informou que vai cumprir a meta e apresentar o balanço da situação após 30 de novembro. Na próxima reunião, o banco se comprometeu a apresentar um balanço mais detalhado.
• Uso da internet
A Caixa apresentou um balanço de como está a política de uso da internet. Segundo o banco, o número de reclamações por causa das restrições ao acesso caiu significativamente depois que a Caixa fez uma adequação, liberando sites de entidades sindicais e outros que possam ser usados para o trabalho.
A Caixa informou que está fazendo um projeto experimental em 47 unidades, colocando um equipamento em cada local exclusivamente para uso pessoal, sem restrições de acesso.
A Contraf-CUT ficou de avaliar a situação atual e apresentar sugestões na próxima reunião.
• Saúde Caixa
A Caixa já disponibilizou os extratos atrasados do Saúde Caixa na intranet (SISB). Os extratos também estão sendo enviados em papel para as unidades ou residências. Conforme negociado, os empregados podem optar por quitar os débitos na folha de pagamento, mês a mês, respeitado o limite de 10% do salário. Também podem parcelar em até 24 vezes (débito em conta). Os débitos terão início a partir de 20 de janeiro e a opção estará disponível até o dia 28 de dezembro.
“Cobramos também a implementação dos comitês de acompanhamento do Saúde Caixa nas Gipes. A Caixa falou que isso fica a cargo do GT Saúde que irá se articular para definir o mais rápido possível. Em relação às dividas impagáveis do extinto PAMS, a Caixa se comprometeu a dar uma posição sobre o início do debate na próxima reunião. Cobramos ainda a apresentação das contas de 2007 até o dia 30 de novembro, assim como a projeção atuarial para 2008 para que sejam debatidos no Conselho de Usuários. A Caixa ficou de verificar e dar um retorno”, detalha Plínio.
• Orbral
Os problemas com a terceirizada Orbral também estiveram na pauta da reunião. A Caixa diz que a Orbral está sendo substituída por outras empresas, que estão contratando os mesmos trabalhadores, e que os salários atrasados já foram pagos com base em bloqueio que foi feito nos repasses à terceirizada. Quanto aos encargos sociais, a Caixa está tomando medidas jurídicas para regularizar a situação o quanto antes.
• PMPP
A Caixa já iniciou a migração para a Funcef do pessoal do PMPP (Plano de Melhoria de Proventos e Pensões dos aposentados mais antigos da Caixa), que está com seus benefícios congelados há vários anos.
• Perseguição aos grevistas
A Caixa respondeu à correspondência enviada pela Contraf-CUT denunciando o descomissionamento de empregados que participaram da greve como forma de retaliação. Segundo o banco, esta não é a política da empresa e pediu para que as entidades sindicais apresentem relação dos casos concretos. A Contraf-CUT citou dois, um caso ocorrido em Sergipe e outro em Mato Grosso.
“A Caixa ficou de verificar em que condições ocorreram as destituições e que vai reverter se ficar comprovada a retaliação. Não podemos admitir este tipo de perseguição aos trabalhadores que estão exercendo um direito legal que é a greve. As entidades devem ficar atentas informar os casos para que a Contraf negocie côo o banco”, finalizou Plínio.