O ator, diretor e dramaturgo, Olayr Coan – que trabalhou também como diretor do antigo grupo de teatro da APCEF/SP – Tabefe -, foi enterrado em 31 de dezembro, em Porto Feliz, no interior de São Paulo, vítima de um acidente automobilístico na rodovia Castello Branco. O carro de Coan bateu na traseira de um caminhão que tinha acabado de se envolver em um acidente e estava parado na pista.
Coan ensaiava para atuar no espetáculo “O Mala”, que, em virtude do falecimento do ator, teve sua estréia adiada para 11 de janeiro, sexta-feira, no Teatro Folha, na capital. De acordo com a assessoria de imprensa da peça, Coan participou dos ensaios em 30 de dezembro e seguiu para Porto Feliz, sua cidade natal, onde passaria o Réveillon com familiares. Solteiro e sem filhos, ele completaria 49 anos em 7 de janeiro.
• Mais de vinte anos de carreira
Olayr Coan foi diretor do antigo grupo de teatro da APCEF/SP, o Tabefe, por mais de dez anos e tinha mais de vinte de carreira. Entre os últimos trabalhos do artista, destacam-se “Toda Nudez Será Castigada”, de Nelson Rodrigues, peça na qual atuou, em 2006.
Dirigiu, em 2007, o espetáculo “Drácula” – experiência de rádio-teatro inspirada no clássico de Bram Stocker -, no Teatro Cultura Inglesa, em São Paulo, e “A Lua sobre o Tapete”, que fez temporadas de sucesso no Centro Cultural São Paulo e no Teatro Fábrica São Paulo.
Em 1998, Olayr Coan foi indicado ao Prêmio Shell de melhor ator em São Paulo, por sua atuação no monólogo “A Confissão de Leontina”, adaptação do famoso texto de Lygia Fagundes Telles. Nos últimos anos, ele também ministrou cursos de montagem e interpretação teatral, em instituições como Faap e Escola de Atores Wolf Maya.
Formado pela Escola de Arte Dramática (EAD-USP), Olayr Coan integrou o Centro de Pesquisa Teatral (CPT), dirigido por Antunes Filho, onde trabalhou em “Macunaíma”, “Nelson 2 Rodrigues” e “Romeu e Julieta”.
Como diretor, Olayr Coan esteve à frente de “Laranja Mecânica”, espetáculo baseado na obra de Anthony Burgess, e “Veríssimo em Revista”, de Luís Fernando Veríssimo, entre outros. O artista produziu ainda alguns textos, que se tornaram as peças “Em Falsete”, “A Língua Perdida”, “TV or Not TV”, “Papo de Anjo”, “Onde Fica o Leste”, “O Bar”, “Estranho Amor” e “A Traída”.
Na TV, Coan viveu o padre Emílio em “As Pupilas do Senhor Reitor”, do SBT, exibida entre 1994 e 1995. No cinema, um dos grandes destaques de seu currículo foi a participação no filme “Desmundo”, de 2003, para o qual todo o elenco aprendeu o português arcaico.