Apesar de a Caixa ter apresentado proposta para unificação de tabela do Plano de Cargos e Salários (PCS), durante rodada de negociação ocorrida com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), no último dia 8, não houve avanço algum nos demais itens da pauta do encontro.
Além do PCS, a representação dos empregados debateu com a direção da Caixa temas que continuam pendentes, por intransigência da empresa, como:
– o descomissionamento de pessoas com cargo de gestor em razão de ações trabalhistas;
– a CI Suape/Geret 010 – que trata sobre o desconto da greve do dia 10 de outubro nas bases de Belo Horizonte, Bahia e Sergipe;
– a contratação de 3 mil empregados ainda em 2007;
– a política de uso da internet;
– a RH 022, que determina que os empregados afastados por auxílio-doença comum deixem de receber a complementação salarial relativa ao cargo comissionado e CTVA a partir de 180 dias de afastamento;
– a regularização do pagamento do vale-transporte.
A direção da Caixa comprometeu-se a debater as pendências e a apresentar um posicionamento quanto aos temas na próxima rodada de negociação, prevista para 23 de abril, quarta-feira.

• APCEF/SP envia ofício para comissão dos empregados

A APCEF/SP encaminhará ofício à Contraf-CUT e à CEE-Caixa solicitando a mobilização urgente das entidades sindicais no sentido de cobrar da Caixa o cumprimento do que foi acordado durante a Campanha Salarial de 2007.
No documento, a entidade pedirá que a representação dos empregados entre com uma ação de cumprimento contra a Caixa. “A direção do banco tem de honrar seus compromissos. É preciso que seja elaborado um forte calendário de mobilização e de debates para exigirmos do banco os nossos direitos” – conclamou o diretor da APCEF/SP, Sérgio Takemoto.

• PCS: proposta da Caixa

Na reunião de 8 de abril, o banco divulgou os parâmetros do PCS. O piso proposto é de R$ 1.244, equivalente à referência 101 do PCS-98, enquanto o teto é de R$ 3.700 – contemplando o valor da Referência 95, as VPs Salário Padrão (que correspondem a um terço da tabela de 1989) e o Tempo de Serviço (que corresponde a um doze avos sobre o valor da tabela) e o impacto porcentual dos R$ 30 pagos na Campanha de 2004 aos empregados que ganhavam até R$ 1.500. De acordo com o que foi apresentado pela empresa, os empregados que em 2004 recebiam mais de R$ 1.500, ao optarem pela nova tabela, receberão um valor linear de R$ 30 para ajustar o valor do salário.
O sistema de migração se daria por aproximação, também de acordo com o negociado na Campanha 2007. A proposta prevê uma tabela com 72 níveis salariais, o que resulta em um interstício linear de 1,55% (diferença entre uma referência e outra). A primeira referência seria a 201 e a última a 272, com uma amplitude (diferença entre piso e teto) de 197,4%.
De acordo com os representantes da Caixa, a proposta será debatida pelos empregados depois de aprovação da mesma pelo Departamento de Coordenação e Contole das Empresas Estatais (Dest).

• Novo Plano de Cargos e Salários apresenta problemas

Para a Comissão Executiva dos Empregados, a proposta da Caixa apresenta problemas, como a vinculação da adesão ao Plano de Cargos e Salários à opção pelo Saldamento do REG/Replan e à adesão ao Novo Plano da Funcef, o que é repudiado pela representação dos trabalhadores.
Além disso, o número de referências da tabela proposta é grande, não contemplando o que os empregados reivindicam. “A expectativa dos empregados era de uma tabela nem tão curta como a do PCS-98, com apenas 15 referências, e nem tão longa como a de 89, que tinha 78. Esperávamos algo intermediário, em torno de 40 níveis” – esclareceu o diretor da Contraf-CUT e coordenador da CEE-Caixa, Plínio Pavão.
Um dos problemas de uma tabela longa é que ela coloca em risco o compromisso assumido pelo banco na Campanha 2007 de restabelecer o processo de promoção por merecimento, que hoje não existe para os empregados novos (PCS-98) e está congelado desde 1992 para os empregados antigos (PCS-89). No entanto, não há nenhuma garantia de que um novo congelamento não possa ocorrer no futuro.
“Nessa circunstância, uma tabela com tantos níveis tira a perspectiva de progressão funcional dos empregados. Com uma tabela mais curta, mesmo com congelamento, a promoção por antiguidade a cada dois anos faz com que haja avanço, além de o inters-tício maior significar mais ganho a cada passo na tabela” – explicou Plínio.
Para Sérgio Takemoto, a proposta da Caixa de uma tabela de PCS com tantos níveis tira a perspectiva de progressão funcional dos empregados. “A proposta não atende às expectativas de ninguém. No caso dos escriturários, é como se eles fossem trocar seis por meia dúzia, já que a diferença de referências é muito pouca. Para os técnicos bancários, o aumento nas referências tornará praticamente inviável a chegada ao topo da carreira, além de agregar, para si, os mesmos problemas enfrentados atualmente pelos escriturários” – comentou o diretor da APCEF/SP.

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