Da Agência Fenae
Fenaban recusou reajuste maior para os vales alimentação e refeição, PCS e para o fim das metas abusivas. Comando orienta sindicatos a intensificarem a mobilização
Os nãos dos banqueiros para as cláusulas econômicas da pauta unificada da campanha salarial de 2008 se repetiram na rodada de negociações de ontem com os bancários, realizada em São Paulo (SP). No início da reunião, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs condicionar a negociação dos itens econômicos à discussão de três temas propostos por seus representantes no dia anterior (redução do tempo de concessão do auxílio-creche/babá, diminuição do valor do vale-transporte e estabilidade dos bancários em situação de pré-aposentadoria).
Essas condicionantes foram rejeitadas pelo Comando Nacional dos Bancários, que voltou a insistir para os bancos apresentarem propostas concretas como reajuste com aumento real de salário e valorização dos pisos. Diante dessa cobrança, os banqueiros informaram que se reunirão em 23 de setembro para discutir as cláusulas econômicas da pauta unificada dos bancários e que, no dia seguinte (24 de setembro), vão apresentar propostas para o índice de reajuste, para os pisos salariais e para os auxílios creche/babá, tíquete-refeição e cesta alimentação etc.
No debate sobre a Participação nos Lucros e Resultados, os banqueiros afirmaram não ter ainda números para a nova formulação da PLR, de simplificar a regra com o pagamento de três salários mais valor fixo de R$ 3.500, conforme proposto pelos bancários. Para os demais itens econômicos, a resposta da Fenaban variou entre o “não” e o “fica para a próxima rodada”, prevista para o dia 24 de setembro. Os banqueiros adiantaram, contudo, que não pretendem pagar reajuste maior para duas reivindicações: vale refeição e cesta-alimentação.
Não também foi dado para a reivindicação do Plano de Cargos e Salários (PCS) para todos os bancários de todos os bancos. Para isso a Fenaban alegou que os bancos têm gestões competentes, possuindo carreiras rápidas e de longo prazo. Os banqueiros rejeitaram ainda a proposta de fim das metas abusivas, por não considerá-las abusivas e por argumentarem que essa questão é assunto individual de cada banco em suas estratégias de concorrência, devendo ser tratado no programa de combate ao assédio moral.
• Mobilização: calendário
Ao final da negociação de ontem, o Comando Nacional dos Bancários aprovou calendário de mobilizações para os próximos dias. As atividades são as seguintes:
Dia 19 de setembro
– Negociações das reivindicações específicas da Caixa.
De 22 a 29 de setembro
– Manifestações e paralisações em todo o País, com retardamento de abertura de agências etc.
Dias 23 e 24 de setembro
– Negociações das reivindicações específicas do Banco do Brasil.
Dia 24 de setembro
– Negociação para apresentação de propostas econômicas com a Fenaban e reunião do Comando Nacional dos Bancários, ao final da rodada com os banqueiros.
Dia 25 de setembro
– Dia Nacional de Luta com paralisações.
Dia 26 de setembro
– Negociação das questões específicas com a Caixa e com o Banco do Nordeste (BNB).
Até 29 de setembro
– Realização de assembléias sindicais para avaliar as propostas que a Fenaban apresentar em 24 de setembro.
• Mais orientações
Nos dias das negociações com os bancos públicos federais, o Comando Nacional dos Bancários recomenda que os sindicatos realizem manifestações específicas junto aos empregados dessas instituições financeiras (Caixa Econômica Federal – Banco do Brasil – BNB – Banco da Amazônia/Basa).
Outra orientação é para a categoria bancária começar a se preparar para a greve, pois até o momento a Fenaban não deu sinais de avanços. Como os banqueiros ficaram de apresentar contraproposta na negociação do dia 24 de setembro, os sindicatos devem realizar assembléias até o dia 29 de setembro para apreciação de eventual proposta dos bancos.