Já estão determinadas a pauta de reivindicações e a estratégia da Campanha Salarial 2009. As deliberações foram tomadas durante a 11ª Conferência Nacional dos Bancários, ocorrida em 17, 18 e 19 de julho, na capital.
Os principais itens definidos pelos 640 delegados de todo o País são: índice de reajuste de 10% (reposição da inflação mais 5% de aumento real), Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 3.850, contratação de toda a remuneração dos trabalhadores (inclusive a parte variável), valorização dos pisos salariais, combate às metas abusivas e ao assédio moral, Plano de Cargos e Salários (PCS) para todos os bancos, mais segurança nas agências e regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, de modo que haja incentivo ao crédito e redução dos juros.
Assim como aconteceu nos últimos anos, a campanha nacional será unificada entre bancos públicos e privados, com negociações das questões de cada banco realizadas simultaneamente em mesas específicas.
A pauta de reivindicações será entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no início de agosto.

• Aumento real de salário
Confirmando a vontade manifestada pela maioria dos bancários – nas consultas feitas pelos Sindicatos em todo o Brasil e pela pesquisa encomendada pelo Comando Nacional -, os delegados que participaram da Conferência Nacional aprovaram reivindicar o índice de reajuste de 10%, o que, pelas projeções da inflação para setembro, significa aumento real de mais de 5%. O mesmo índice de reajuste deve ser aplicado nas demais verbas salariais (como vale-alimentação e refeição). 

• Valorização dos pisos
Os bancários querem a valorização dos salários de ingresso na categoria, com o piso salarial de escriturário – baseado no salário mínimo do Dieese – de R$ 2.047. O piso de portaria seria R$ 1.432,90 e o de caixa, R$ 2.763,45.
Para o primeiro comissionado, a reivindicação é de R$ 3.477,88 e para o primeiro gerente, R$ 4.605,73.

• Plano de carreira
A Conferência manteve a proposta de criação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) para todos os bancos, com o acompanhamento dos Sindicatos – o que já estava na pauta de reivindicações do ano passado.
A proposta prevê 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco será obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos.
A proposta de PCCS determina, ainda, que os bancos sejam obrigados a treinar o trabalhador para a nova função por, no mínimo, 60 dias. E quando houver uma nova vaga, o banco terá de fazer um processo de seleção interno para preenchê-la.
Para cada cargo e função, o banco deverá apresentar a grade curricular necessária e oferecer o curso aos trabalhadores dentro do expediente. Em caso de descomissionamento do bancário, a comissão será incorporada, integralmente, ao salário.

• Preservação do emprego
Novas contratações, fim das terceirizações, garantia de emprego – inclusive durante os processos de fusão -, luta pela ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe dispensas imotivadas, acabar com as demissões por justa causa em função de endividamento, respeito à jornada de trabalho… Essas foram algumas das reivindicações definidas pelos trabalhadores para garantir o emprego dos bancários.
Os bancários também reivindicarão a ampliação do auxílio-educação e a licença-maternidade de seis meses para todos.
“Definida a pauta de reivindicações, começa, agora, uma nova etapa: a de mobilização e de pressão para que os objetivos definidos pelos bancários sejam alcançados durante a Campanha Salarial” – comentou o diretor-presidente da APCEF/SP, Sérgio Takemoto, presente à Conferência. “É hora de unirmos forças para ampliarmos nossos direitos” – finalizou.

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