A direção da Caixa está se especializando em burlar a lei para atingir metas absurdas.
Um exemplo dessa política tem acontecido com frequência. Com o objetivo de aumentar as carteiras de negócios, a empresa tem realizado feirões – Auto e Imobiliário -, para os quais convoca gerentes para o trabalho nos fins de semana, já que esses empregados não registram o ponto e, consequentemente, não recebem horas extras (leia matéria aqui).

• Correspondente negocial
Outro exemplo de irregularidade praticada pela Caixa tem sido a institucionalização (camuflada) da terceirização de atividades-fim do banco com a contratação dos chamados correspondentes negociais, que realizam o serviço de captação de novos clientes – pessoa física – para as unidades.
Além de transferir a responsabilidade de um serviço que é tipicamente bancário para empresas que não possuem o know-how da Caixa, o banco coloca em risco a credibilidade dos negócios realizados e contribui para o aumento da demanda de trabalho nas agências sem que novos trabalhadores sejam contratados.
“O terceirizado acaba tendo acesso aos sistemas e aos equipamentos da Caixa, o que, normativamente, é ilegal. Isso sem contar que todo o trâmite burocrático para conclusão dos negócios captados por esse funcionário tem de ser feita por um empregado Caixa, aumentando, e muito, a demanda de trabalho na unidade” – comentou o diretor da APCEF/SP, Gledson Sousa.

• SR Sorocaba
Em 17 de setembro, representantes da APCEF/SP estiveram reunidos com o responsável pela Superintendência Regional Sorocaba. A pauta do encontro foi a captação de novos clientes pelo correspondente negocial dentro das unidades da Caixa.
A representação dos empregados questionou a legitimidade de tal procedimento nas agências da região, uma vez que o serviço realizado é relacionado à atividade-fim do banco. Informou, ainda, que há denúncias de utilização de equipamentos e sistemas da empresa pelos terceirizados, que têm realizado o trabalho em meio aos empregados da Caixa, dentro das agências.
Na ocasião, o responsável pela SR reconheceu o problema nas unidades, mas respaldou suas explicações nos normativos internos da Caixa. Disse, também, que orientaria os gestores no sentido de não permitir o acesso desses funcionários aos sistemas e equipamentos do banco.
“Depois de tanta luta pelo fim da terceirização na Caixa, que teve até intervenção do Ministério Público do Trabalho, não podemos permitir que a direção do banco volte a contratar mão de obra não especializada para realizar um serviço tipicamente bancário, acabando com a credibilidade da empresa no mercado e, ainda, mascarando a falta de empregados com o cumprimento de metas absurdas” – disse Gledson Sousa.
Tal situação tem sido constatada também no âmbito das demais SRs, durante visitas feitas por representantes da APCEF/SP.

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