Da Agência Fenae
Com a adesão de mais 286 agências ontem, a greve dos bancários entra no nono dia nesta quinta-feira, 7 de outubro.
Já são 7.723 unidades paralisadas, de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
O número de agências em greve representa quase 40% do total, já que existem 19.546 instituições bancárias no País, de acordo com site do Banco Central. A Contraf-CUT afirmou, em nota divulgada na quarta-feira, que a paralisação é o maior movimento grevista da categoria das últimas duas décadas.
O presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, afirmou que “o aumento contínuo da paralisação mostra a crescente indignação dos bancários com o desrespeito dos bancos”.
– Mesmo com o lucro de mais de R$ 25 bilhões somente no primeiro semestre, só ofereceram de reajuste a reposição da inflação de 4,29% e rejeitaram todas as outras reivindicações dos trabalhadores.
Os grevistas também reclamam da falta de vontade da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de negociar. De acordo com a Contraf-CUT, a entidade “não respondeu à carta enviada na segunda-feira, dia 5, pelo Comando Nacional dos Bancários, em que critica a adoção de práticas antissindicais por parte das instituições financeiras”.
• Reivindicações
Os empregados das instituições financeiras reivindicam reajuste de 11% nos salários, mas a Fenaban aceita repassar 4,29% de aumento, valor que representa apenas a reposição da inflação acumulada de setembro de 2009 até agosto passado.
Além do aumento, os bancários querem elevação do piso salarial, aumento do PLR (Participação nos Lucros e Resultados), maior segurança contra assaltos e sequestros, mais contratações e medidas para cuidados da saúde com foco no combate ao assédio moral.
De acordo com pesquisa da Contraf-CUT, 18 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos em todo País nos primeiros nove meses deste ano – ou seja, média de duas mortes por mês. Entre as vítimas fatais, estão sete vigilantes, um bancário e seis clientes.
• Outro lado
A Fenaban mantém em seu site um comunicado no qual afirma que o movimento sindical "abandonou a mesa de negociações, apesar da Fenaban ter garantido reposição da inflação a fim de negociar aumento real".
A entidade afirma ainda que "respeita o direito de greve", mas não admite "piquetes contratados que barram o acesso da população às agências e postos bancários para impor uma greve abusiva".
A nota diz que a Fenaban aceita discutir reajuste real dos salários, mas não aceita "um índice exagerado como o pleiteado pelos sindicatos".