Da Contraf-CUT

A Caixa Econômica Federal fechou 2010 com lucro líquido de R$ 3,8 bilhões, um aumento de 25,5% em relação ao ano anterior. O número do balanço anual da empresa pública foi anunciado em 11 de fevereiro, em São Paulo. O desempenho foi puxado por um salto de 41,3% da carteira de crédito, para R$ 175,8 bilhões.
O lucro superou a projeção de R$ 2,55 bilhões feita pelo banco que serviu de base para o pagamento da antecipação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2010. Dessa forma, os empregados do banco têm a receber a diferença entre os valores das regras básica e adicional da PLR antecipados pelo banco e o valor calculado sobre o lucro efetivamente auferido pela empresa em 2010. Também será paga a segunda parcela da PLR Social, conquista dos empregados na última Campanha Nacional dos Bancários, bem como a diferença em relação à primeira parcela.
"Por conta da metodologia adotada pela Caixa, os bancários tiveram um redutor de 18% no valor recebido na antecipação, o que deverá ser devolvido agora", explica Plínio Pavão, secretário de Saúde da Contraf-CUT e empregado do banco. "A Caixa é o único banco que utiliza essa metodologia, de pagar a antecipação da PLR baseado numa projeção do exercício completo. As demais empresas calculam a antecipação baseadas nos números do primeiro semestre, o que deixa as contas mais claras para os bancários", afirma.

• Habitação é destaque
O balanço do banco mostra também um grande crescimento dos investimentos em habitação. A Caixa investiu em 2010 R$ 77,8 bilhões em habitação, um crescimento de 57,2% ante 2009. Com esse montante a Caixa foi responsável por 70% de todo o crédito imobiliário ofertado pelo mercado.
Desse total, R$ 27,7 bilhões saíram da caderneta de poupança e R$ 31 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os fundos foram responsáveis pelo financiamento de 203,9 mil e 398,6 mil unidades habitacionais respectivamente.
No âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida, a Caixa financiou 1 milhão de moradias, das quais 936,5 mil unidades tiveram intervenção direta da Caixa, com investimentos de R$ 51,3 bilhões. Foram beneficiadas 91 mil famílias com renda entre dois e três salários mínimos.
Ainda de acordo com o balanço, as operações de crédito tiveram um incremento de 41,3% em doze meses, com saldo total de R$ 175,8 bilhões. A carteira comercial foi de R$ 55,4 bilhões, 23,4% a mais do que em 2009. O saldo de pessoas jurídicas ficou em R$ 28,5 bilhões, crescimento de 21,2%. Para pessoas físicas, o saldo cresceu 25,7%, com um total de R$ 26,9 bilhões. A inadimplência total (atrasos superiores a 90 dias) ficou em 2%, um pouco abaixo do porcentual de 2009 (2,2%).

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