Da Agência Fenae
Nesta terça-feira (20), o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, realiza a quarta rodada de negociações com a Fenaban, em São Paulo. Os bancos se comprometeram a apresentar uma proposta global para a categoria.
Nas três primeiras rodadas de negociação, as instituições financeiras negaram todas as reivindicações apresentadas pelos trabalhadores sobre remuneração, emprego, igualdade de oportunidade, saúde do trabalhador e segurança bancária.
"Os bancos estão adotando uma postura intransigente, que leva ao confronto. O Comando Nacional continua apostando na mesa de negociação, mas é preciso ter claro que somente a mobilização da categoria pode fortalecer nossa posição para que possamos sair vitoriosos e conquistar um emprego decente", afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Os bancários realizaram três dias nacionais de mobilização entre quarta (14) e sexta-feira (16), conforme orientação do Comando Nacional. Houve manifestações em todo o país que ampliaram a mobilização dos trabalhadores, dialogaram com a população e pressionaram os bancos.
"Nossas reivindicações são mais do que justas. Os bancos têm que retribuir o empenho de seus funcionários, principais responsáveis pelos lucros estrondosos, que alcançaram mais de R$ 27,4 bilhões somente no primeiro semestre do ano", reiterou Cordeiro.
Veja as principais reivindicações da categoria:
Remuneração
– Reajuste de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%).
– Piso igual ao salário mínimo do Dieese: R$ 2.297,51 (em junho).
– PLR: três salários mais R$ 4.500.
– Plano de Cargos e Salários (PCS) em todos os bancos.
– Gratificação semestral de 1,5 salário para todos os bancários.
– Contratação da remuneração total dos bancários.
– Vale-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio creche/babá iguais ao salário mínimo (R$ 545).
– Auxílio-educação para todos os bancários.
– Previdência complementar para todos os bancários.
Emprego
– Garantia de emprego;
– Proteção contra a dispensa imotivada, combatendo a rotatividade.
– Contratação de mais bancários;
– Fim das terceirizações.
– Jornada de trabalho de seis horas para todos os bancários.
– Ampliação do horário de atendimento para das 9h às 17h com dois turnos de trabalho;
– Tempo de até 15 minutos de espera nas filas nos dias normais;
– Abono assiduidade de cinco dias por ano.
Igualdade de oportunidades
– Igualdade na contratação, remuneração e ascensão profissional.
– Realização de um novo censo para avaliar os resultados dos programas implantados pelos bancos para combater a discriminação.
– Prorrogação automática da licença-maternidade de quatro para seis meses, sem necessidade de solicitação por parte da bancária.
– Condições de acessibilidade nas agências tanto para bancários como para clientes com deficiências.
Saúde do trabalhador
– Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral.
– Participação dos trabalhadores na fixação das metas, que devem levar em consideração o tamanho, a localização e o perfil econômico das dependências, e não podem ser individuais.
– Fim da divulgação de rankings individuais sobre cumprimentos de metas.
– Suspensão do trabalho em espaços físicos em reforma.
– Manutenção do salário e demais direitos no período de afastamento por problemas de saúde.
Segurança bancária
– Assistência médica e psicológica às vítimas de assaltos, sequestros e extorsões.
– Emissão da CAT para quem esteve no local de assaltos e sequestros.
– Fechamento das agências após assaltos, consumados ou não.
– Porta de segurança, câmeras com monitoramento em tempo real e vidros blindados em todas as agências e postos.
– Biombos entre a fila de espera e os caixas e divisórias individualizadas entre os caixas internos e os eletrônicos para combater "saidinha de banco".
– Proibição ao transporte de valores e à guarda das chaves das unidades pelos bancários.
– Adicional de 30% de risco de morte para agências, postos e tesouraria.