Do Seeb/SP

Marcolino e Berzoini atribuem às instituições financeiras a responsabilidade pela paralisação nacional da categoria

“A greve é um instrumento justo e legítimo que os trabalhadores têm na luta por suas reivindicações.” A declaração é do ex-presidente do Sindicato e deputado estadual paulista (PT), Luiz Cláudio Marcolino, em apoio à paralisação nacional iniciada pela categoria na terça 27. A greve é uma resposta à proposta insuficiente apresentada pela federação dos bancos (Fenaban) ao Comando Nacional dos Bancários. 
Para Marcolino, as pessoas que utilizam as agências, que reconhecem a eficiência do trabalho do bancário, apóiam a greve. “Muitos clientes sabem da precariedade das condições de trabalho, da falta de funcionários em diversas unidades. Essas pessoas estão ao lado da categoria nesse momento”, analisa.
De acordo com o deputado estadual, só com o que arrecadam com prestação de serviços, os bancos poderiam atender às reivindicações dos bancários em vez de empurrá-los para a greve. “Eles (os bancos) perderam uma grande oportunidade de resolver a campanha na mesa de negociação. Quando observamos os balanços das instituições financeiras, verifica-se que seus lucros crescem a cada ano, independentemente do cenário econômico que o país esteja. Assim, seria possível às empresas fazerem uma alteração significativa na Participação nos Lucros e Resultados, tornando a distribuição mais justa e maior aos trabalhadores.”
Marcolino também critica a postura das direções dos bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa Federal, nas negociações específicas. “Esses trabalhadores têm de ser mais valorizados. As empresas públicas executam um papel essencial para o desenvolvimento do país e as direções do BB e da Caixa têm obrigação de reconhecer a tarefa fundamental executada pelos trabalhadores”, acrescenta. 

Apoio em Brasília – o também ex-presidente do Sindicato e deputado federal (PT-SP), Ricardo Berzoini, afirma categoricamente que a greve é de total responsabilidade dos bancos. “As instituições financeiras poderiam apresentar proposta em que seus ganhos de produtividade fossem revertidos em aumento real de fato nos salários. Não fizeram isso e agora apostam no enfraquecimento do legítimo movimento dos trabalhadores. Só que os bancários já demonstraram que estão dando um salto de mobilização a cada ano que passa e por isto têm obtido avanços”, destaca.
Berzoini adianta que a bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados declarou total apoio à greve dos bancários. “Queremos que tanto os bancos privados quanto os bancos públicos apresentem propostas melhores aos trabalhadores”, acrescenta.

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