A saúde dos bancários é pauta permanente e prioritária das entidades representativas dos empregados de todo o País.
Com o objetivo de intensificar, ainda mais, a luta por melhores condições de trabalho, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, em parceria com outras entidades, entre elas, a APCEF, relançou a campanha Menos Metas, Mais Saúde.
Para marcar a retomada da campanha, aconteceu, no último dia 28, na capital, um seminário sobre saúde e condições de trabalho bancário no capitalismo em crise.
Seminário – várias pesquisas já constataram que os problemas de saúde que acometem a categoria bancária estão diretamente associados às metas de produtividade das empresas, relacionadas à venda de produtos bancários, em especial.
Inclusive a UNI Finanças, braço da UNI Sindicato Global, lançou, em 2010, uma campanha mundial para a venda responsável de produtos pelo setor financeiro.
O diretor da UNI Finanças, Márcio Monzane, participou dos debates na capital e afirmou que o adoecimento dos trabalhadores do ramo financeiro decorre do modelo de trabalho. “Nosso dever é interferir sobre esse modelo e propor mudanças que beneficiem os trabalhadores”, disse.
Para o diretor da UNI, a lógica dos bancos é estabelecer objetivos para gerar lucros. Consequência disso é que eles (os banqueiros) deixam de lado estratégias e planejamentos que visem a atender às necessidades dos clientes e da sociedade.
“O trabalhador tem de ter tempo necessário para passar todas as informações pertinentes ao cliente. Porém, a lógica dos bancos é fechar rapidamente um contrato para poder oferecer outro ao próximo cliente”, disse Márcio Monzane.
Pressão – um estudo inédito realizado pelo Sindicato, em 2011, mostra que assédio moral e pressão por metas são as queixas mais frequentes dos trabalhadores, sendo o estresse o maior problema, citado por 65% dos entrevistados.
Cansaço, dificuldades para relaxar e fadiga também foram apontados por cerca de metade dos bancários ouvidos.
APCEF na luta – representantes da Associação participaram do seminário. Para a diretora da entidade Ivanilde Moreira de Miranda, a saúde do trabalhador bancário vem piorando a cada dia por conta da ganância desgovernada dos banqueiros em relação ao aumento dos lucros.
“Não somos contra as metas. Somos contra à maneira como elas são impostas e a que preço têm de ser batidas”, afirmou a dirigente da APCEF. “O que se propõe, hoje em dia, na maioria dos bancos, entre eles, a Caixa, são metas impossíveis de serem atingidas. Os empregados trabalham sob pressão o tempo inteiro. Não há saúde que aguente!”, completou Ivanilde.

“Números do INSS mostram que, de 2005 a 2008, 1.489 bancários receberam auxílio-doença por incapacidade causada por doenças do sistema musculoesquelético.” – Dados do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região


Seminário sobre saúde realizado na capital, em 28 de fevereiro

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