A Contraf-CUT enviou carta à Fenaban nesta quarta-feira, dia 5, informando que, em razão do impasse nas negociações provocado pela decisão dos bancos em manter a proposta insuficiente de 6% de reajuste, o Comando Nacional dos Bancários orientou os sindicatos a convocarem assembleias no dia 12 para aprovarem a deflagração de greve por tempo indeterminado a partir do dia 18, se até lá as empresas não apresentarem nova proposta que contemple as reivindicações da categoria.
Na correspondência, o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro, reafirma que os sucessivos resultados positivos dos bancos permitem atender às demandas dos bancários: reajuste de 10,25%, piso salarial de R$ 2.416,38, PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos, Plano de Cargos e Salários para todos os bancários e elevação para R$ 622 dos valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição.
"Somente os cinco maiores bancos tiveram R$ 50,7 bilhões de lucro líquido em 2011, com uma rentabilidade superior a 21,2%, a maior do mundo. No primeiro semestre deste ano, as mesmas instituições apresentaram lucro líquido de R$ 24,6 bilhões, maior que em igual período do ano passado, mesmo com o provisionamento astronômico de R$ 37,34 bilhões para pagamento de devedores duvidosos, incompatível com a situação real de inadimplência", destaca Carlos Cordeiro.
O coordenador do Comando Nacional critica a política das empresas de privilegiarem a remuneração dos altos executivos em detrimento dos bancários: enquanto propõem 0,7% de reajuste acima da inflação aos trabalhadores, "segundo dados fornecidos pelos próprios bancos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os diretores estatutários serão recompensados em 2012 com um aumento real significativo de cerca de 10% em sua remuneração fixa e variável, em relação ao ano passado".
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Por fim, o coordenador do Comando Nacional diz na carta à Fenaban que, "como sempre acreditamos no diálogo e apostamos no processo de negociações, aguardamos manifestação dessa Federação com uma nova proposta até o dia 17 de setembro, para que possamos submetê-la à apreciação das assembleias".
Confira a íntegra da carta do Comando à Fenaban
São Paulo, 5 de setembro de 2012.
À
Federação Nacional dos Bancos – Fenaban
Presidência
Sr. Murilo Portugal
Nesta
O sistema financeiro nacional vem apresentando resultados positivos excepcionais. Somente os cinco maiores bancos tiveram R$ 50,7 bilhões de lucro líquido em 2011, com uma rentabilidade superior a 21,2%, a maior do mundo. No primeiro semestre deste ano, as mesmas instituições apresentaram lucro líquido de R$ 24,6 bilhões, maior que em igual período do ano passado, mesmo com o provisionamento astronômico de R$ 37,34 bilhões para pagamento de devedores duvidosos, incompatível com a situação real de inadimplência.
Esses resultados, sem paralelo no sistema financeiro internacional, devem-se em grande parte ao esforço e ao aumento da produtividade dos trabalhadores do setor.
Segundo dados fornecidos pelos próprios bancos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os diretores estatutários serão recompensados em 2012 com um aumento real significativo de cerca de 10% em sua remuneração fixa e variável, em relação ao ano passado.
No entanto, a proposta apresentada pela Comissão de Negociação dessa Federação de Bancos no dia 28 de agosto, e mantida na reunião de 4 de setembro, desconsidera essa realidade positiva e dá aos trabalhadores um tratamento diferenciado em relação ao dispensado aos altos executivos.
A proposta da Fenaban é de apenas 6% de reajuste, o que confere 0,7% de aumento acima da inflação, e ignora as reivindicações sobre valorização do piso salarial e melhoria da PLR.
Diante do impasse, o Comando Nacional está orientando os Sindicatos de Bancários a realizarem assembleias no dia 12 de setembro para aprovar a deflagração de greve por tempo indeterminado a partir da zero hora do dia 18 de setembro, com novas assembleias organizativas no dia 17.
Como sempre acreditamos no diálogo e apostamos no processo de negociações, aguardamos manifestação dessa Federação com uma nova proposta até o dia 17 de setembro, para que possamos submetê-la à apreciação das assembleias.
Para que possamos continuar buscando um acordo que atenda à expectativa dos bancários, é necessário que essa Federação de Bancos tenha responsabilidade para com seus trabalhadores e apresente uma proposta que contemple o reajuste de 10,25%, piso salarial de R$ 2.416,38, PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos, Plano de Cargos e Salários para todos os bancários e elevação para R$ 622 dos valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição.
Para tanto, aguardamos sua manifestação.
Atenciosamente,
Carlos Alberto Cordeiro da Silva
Presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários
Fonte: Contraf-CUT
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